Bixiga 70
Durante um bom tempo, música instrumental no Brasil era sinônimo de
trabalhos muito refinados e pouco acessíveis ao ouvinte médio. A banda
paulistana Bixiga 70 está ajudando a retomar a pegada mais dançante e
para cima dessa importante vertente da música brasileira.
A semente da banda surgiu durante a gravação da música "Grito de Paz",
que iria integrar um trabalho do tecladista Maurício Fleury. "Íamos
gravar apenas uma faixa e acabamos criando uma banda", relembra o
músico, bem-humorado.
Em comum, os dez músicos tinham o fato de participarem frequentemente de
gravações no estúdio Traquitana, localizado no número 70 da rua Treze
de Maio, coração do tradicional bairro do Bexiga.
Dessa forma, mergulharam de cabeça no trabalho e gravaram seu primeiro
disco em 2011. O segundo acaba de sair, e reflete as inúmeras horas de
ensaios e de shows feitos nesses dois anos.
O som feito pelo Bixiga 70 investe em música africana, brasileira, soul,
funk e o que mais vier, e sempre sai das pesquisas e jam sessions
feitas por seus integrantes.
Eles se autoproduzem e também cuidam do lado empresarial. "Temos parceiros, mas tudo é decidido por nós", diz Maurício.
A parceria com o Traquitana se mostrou fundamental na viabilização do
grupo. "Tudo gira em torno do estúdio, e não precisar se preocupar em
pagar as horas que usamos nos ajudou a crescer muito", explica o
tecladista.
O objetivo básico do Bixiga 70, que já fez shows em seis países, é se
aproximar da forma mais direta possível do público. Para isso, tocam nos
mais diferentes espaços e oferecem seus discos em diversos formatos,
incluindo downloads gratuitos.
"Se for para baixar, mesmo de forma gratuita, que seja com qualidade", diz o guitarrista Cris Scabello.