Esse Jorge Ben é um gênio. Nascido em 1942, passou sua juventude sob as trevas da ditadura militar. Mas isso não foi prerrogativa pra criar músicas políticas, como seus contemporâneos Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil entre outros. Jorge Ben focou a criação de novos sons, trabalhou a música mas não esqueceu da letra, criando maravilhosas canções.
Com África Brasil, lançado em 1976, Jorge Ben transbordou em criatividade em meio à tantas influências, como o toque rock que a guitarra deu às canções, evidente em 'Ponta De Laca Africano (Umbabaraúma)', ou o samba carioca presente em todo o disco e bem destacado na forma acelerada na ótima 'Meus Filhos, Meu Tesouro', cheio de reco-reco, cuíca ou ainda o vulto soul que perambula em volta de 'Hermes Trimegisto Escreveu'. A atmosfera carioca tão clara no sotaque dele, na voz calma e malandra, se intensifica quando ele presta homenagem ao craque Zico do Flamengo, o 'Camisa 10 da Gávea'. Ele transforma futebol, o êxtase popular em poesia. Só Jorge Ben e mais ninguém.
Pra mim, disparado o melhor disco que o Brasil já concebeu. Célebre em todo o mundo, é referência de boa música brasileira. Se você só ouviu 'W Brasil' ou 'Mas que Nada!', ouça esse disco e verá que não é só hit que o cara fazia. Ele fazia arte. Felipe Pipoko
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