domingo, 6 de febrero de 2011

Sara Tavares - Balancê


Balancê

"Como vi dançar no Zimbábue, quero também contigo gingar, uê". É assim que Sara Tavares abre seu disco Balancê.
Bem quanto ao disco e a criadora da obra, fico até sem graça de falar, pois já babei tanto sobre essa moça. Sei somente que vai ter mais gente babando por aí... sobretudo por ouvir (e surpreeder-se!) com o sotaque português. Pois é, fios, a moça em questão é portuguesa descendente de caboverdeanos. Não bastasse a influência de casa, ela tem também a influência de toda uma África que se lhe apresenta, creio eu, como fruto do caldeirão que hoje é Lisboa, refúgio de africanos das antigas colônias portuguesas no continente negro. E lógico, por ter nascido e por viver em terras lusitanas é que existe também uma significativa influência da música de Portugal em seu trabalho.
Nesse disco em especial, sinto até mais influência da música portuguesa do que acontece no seu mais recente trabalho, Xinti, que será postado por aqui também. Contudo, mesmo em canções de melodias mais européias, essa belezura de pessoa insere elementos do linguajar de Cabo Verde, Angola, etc, como na faixa Lisboa Kuya (kuya = algo gostoso, que faz bem) e na faixa Ess Amor, cantada em crioulo caboverdeano. A bem da verdade, esse termos já fazem parte de uma Lisboa bem miscigenada que se encontra hoje em dia.
Não bastando isso, em One Love, essa mente serenamente brilhante mistura inglês, francês, português e crioulo, se não tiver mais línguas aí. Há um tempo atrás eu não entenderia isso e, para ser franca, tem coisa que não é nada além de pose. Mas no caso de Sara, é um recado que ela simplifica na própria letra da música: "Um só povo, um só coração... one love! Branco, com preto, vermelho, com amarelo, cá tem diferença não"! (by Cozinha da Vovó Conga)


Tracklist:
01- Balancê
02- Bom Feeling
03- Lisboa Kuya
04- Ess Amor
05- One Love
06- Poka Terra (Feat. Melo D)
07- Amor É
08- Dam Bô
09- Guisa
10- Planeta Sukri (Feat. Boy Gê Mendes)
11- Novidadi
12- Muna Xeia
13- De Nua (Feat. Ana Moura)


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