O Micróbio do Samba
Quando foi anunciado que Adriana Calcanhotto estava preparando um álbum de samba, talvez algum fã possa ter pensado que a delicadeza no modo característico da artista cantar soaria estranha num disco assim. Eu pensei. Felizmente, ao ouvir o álbum, percebe-se que tudo se encaixa perfeitamente.
Além do balanço do samba e a delicadeza de Adriana terem produzido belas canções, o disco não dá aquele impressão de que - de repente, como num passe de mágica - a cantora descobriu que é do samba. Como aconteceu com outras famosas vozes da MPB.
O contra-baixo de Alberto Continentino se faz fortemente presente nas canções e mostra o quanto os músicos que acompanham Adriana no disco também foram responsáveis pela bela obra produzida por Daniel Carvalho. A saber: Davi Moraes (violão) e Domenico Lancelotti (bateria, percussão), além de Continentino.
“O Micróbio do Samba” traz 12 composições de Adriana Calcanhotto, sendo que duas dessas músicas já são conhecidas do público em outras vozes. “Beijo Sem”, gravado por Teresa Cristina e Marisa Monte, em 2009, e “Vai Saber”, gravado por Marisa Monte em 2006.
Com clima intimista, Adriana canta amores à escola de samba Estação Primeira de Mangueira, em “Tá na Minha Hora”; aos amores negados em “Vai Saber?” [Só porque disse que de mim não pode gostar/Não quer dizer que não tenha o que considerar/Pensando bem pode mesmo chegar a se arrepender/E pode ser então que seja tarde demais/Vai saber?]; e amores vingados em “Pode Se Remoer” [Pode se remoer/se penitenciar/eu encontrei alguém/que só quer me beijar].
Esse micróbio que infectou Adriana Calcanhotto é do tipo que não precisa ser combatido, mas alimentado (By Território da Música)
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