Oi Va Voi é um conjunto britânico cujo nome deriva de uma exclamação
popular iídiche, com uso em hebraico moderno, e significado aproximado
de “oh, querida”. É um conjunto experimental de Londres, formado no
final dos anos 1990. Seu som origina-se tanto das tradições asquenazes
como sefarditas, e inclui, desse modo, tanto a música klezmer como a
ladina, assim como influências da Europa oriental, sobretudo música
folclórica húngara. Utiliza também experiências de música electrónica
contemporânea.
O disco Frevo do Mundo
homenageia os 100 de um gênero musical que nasceu em Pernambuco.
Trata-se de um CD com 14 temas dos grandes compositores da época de ouro
do frevo, como Nelson Ferreira, Capiba, Antônio Maria, Irmãos Valença e
Levino Ferreira. Vários nomes consagrados da MPB, como Edu Lobo e João
Donato, e novos talentos, como Céu, Orquestra Imperial, Siba e Mundo
Livre S/A figuram no projeto. Esses artistas interpretam clássicos do
frevo a partir de seus próprios estilos, sem os cânones da tradição
pernambucana. O disco conta também com a participação dos principais
maestros do gênero na atualidade, entre eles Spok, Duda, Clovis Pereira e
Ademir Araújo, que vão complementar os arranjos livres dos artistas.
Nesse sentido, a proposta do disco é valorizar a escola de metais de
Pernambuco e ao mesmo tempo interagir com diferentes gerações da musica
brasileira.
A música de Chet Baker (1929 - 1988) é, em última instância, um estado
de espírito. Uma das melhores cantoras de jazz da atualidade, Luciana
Souza reproduz esse estado de espírito no CD The book of Chet,
tributo ao cantor e trompetista norte-americano. Lançado em agosto de
2012 nos Estados Unidos e recém-editado no Brasil pela gravadora
Universal Music, o disco está merecidamente na disputa por prêmio no
Grammy 2013 na categoria Álbum de jazz. Baker se tornou lenda no universo do jazz ao criar um som coolimpregnado de suavidade, lirismo e melancolia. Tais características estão evidentes nas interpretações dos dez standardsnorte-americanos selecionados por Luciana Souza para celebrar a Arte e o canto de Baker em The book of Chet. Temas como The thrill is gone (Ray Henderson e Lew Brown), He was good to me (Richard Rodgers e Lorenz Hart), The touch of your lips (Ray Noble), I don't stand a ghost of a chance with you (Victor Young, Ned Washington e Bing Crosby) e You got to my head
(Haven Gillespie e Fred Coots) ganham interpretações precisas, repletas
de sutilezas, sem dramas. A atuação do trio que acompanha Luciana Souza
neste disco produzido por Larry Klein - David Piltch (baixo acústico),
Jay Bellerose (na bateria e na percussão) e Larry Koonse (guitarra) - se
escora na contenção que ajusta o trio à atmosfera minimalista que
pauta The book of Chet. Há certa uniformidade no tom do disco, mas até essa linearidade contribui para a legitimidade do tributo. Se a ambiência de Forgetful (George Handy e Jack Segal) é em essência a mesma de The very thought of you(Ray Noble), é porque o canto e o fraseado de Chet Baker já irmanavam standards na elegância íntima do artista, recriada por Luciana Souza.
O cantor e multi-instrumentista Andrew Bird colocou no mercado o ano passado o
sexto álbum de estúdio de sua carreira solo. "Break it Yourself" traz
14 belas faixas - duas delas, interlúdios instrumentais - escritas com a
típica elegância do músico.
Para o novo disco, aliás, o norte-americano tinha um grande desafio, já
que seu último lançamento, "Noble Beast" (2009), acabou sendo um álbum
marcante em sua carreira. Isso não foi realmente um problema: o desafio
foi aceito e o objetivo atingido. "Break it Yourself" é tão bom quanto
ou ainda melhor que seu antecessor.
O que Andrew Bird apresenta em "Break it Yourself" é uma coleção de
músicas suaves, mas não passageiras. São canções para momentos
contemplativos, quem sabe de relaxamento. E isso se dá, nem tanto pela
mensagem de suas letras - às vezes com um toque sombrio, como em "Near
Death Experience Experience", que fala sobre a vida passar diante dos
olhos numa experiência de quase morte - mas especialmente pela
musicalidade de Bird, cheia de camadas e nuances.
Há uma atmosfera solta, provável resultado da forma como o disco foi
gravado, em uma série de jams no estúdio, junto com uma banda. É claro
que depois as canções ganharam arranjos, elementos e efeitos como se
fossem vitaminas para ficarem mais fortes.
O violino, como sempre, ganha grande destaque e assovios não ficam de
fora nas canções de "Break it Yourself". O clima folk anos 1960 está lá,
em todo o repertório, assim como as influências de jazz e pop que os
fãs do músico bem conhecem. Ou seja, "Break it Yourself" mantém o estilo
que toda a discografia de Bird ostenta.
São destaques no repertório "Eyeoneye", "Give It Away", "Danse Caribe" e a já citada "Near Death Experience Experience".