Eliza Doolittle
A cantora Eliza Doolittle é inglesa. Lily Allen, também. Ambas apostam no estilo girlie divertido, no qual abusam de vestidos coloridos e tênis espalhafatosos. Também são jovens e morenas, num universo de cantoras pop em que as loiras são a maioria. Por essas razões, a mídia insiste em compará-las. Mas as semelhanças acabam por aí. Enquanto Lily é dona de um estilo ácido e crítico, Eliza espalha alegria e simpatia em suas canções.
Com 23 anos, a jovem é um dos destaques da cena musical atual. Após o lançamento em 2010 do seu único disco, Eliza Doolittle, a garota nascida em Camden Town (mesmo bairro onde vivia Amy Winehouse), já emplacou sucessos na lista da Billboard e nos charts britânicos com o seu pop retrô, mas ainda é pouco conhecida em nosso País.
A conversa fluiu para vários caminhos. Ela falou sobre música, futebol, redes sociais, os distúrbios em Londres e, claro, sobre boatos – tema que ela já percebeu bem que não há como escapar sendo um rosto novo e talentoso do pop mundial.
Você adora futebol e é fanática pelo Arsenal. Conhece algo do futebol brasileiro? Teve tempo pra visitar algum estádio aqui?
Na verdade não, porque não passa futebol brasileiro na televisão da Inglaterra, mas claro que eu conheço os principais jogadores. Me falaram sobre o Corinthians! Eu não tive tempo, a gente chegou aqui na quinta e vamos embora no domingo. Mas conheço o Ronaldo (Nazário)...
O boato de que você fez um seguro de suas pernas no valor de 5 milhões de dólares é verdadeiro?
Não! (risos). Se eu tivesse eu estaria rica, porque estou coberta de roxos nas pernas.
Qual sua opinião sobre as London Riots? Você estava em Londres nessa época?
Eu estava lá sim. Eu entendo porque eles aconteceram, mas eu acho que dois errados não fazem um certo. Violência nunca é uma opção válida. Muitos jovens não gostam da polícia com razão, até eu já fui abordada pela polícia sem nenhum motivo. Claro que a maioria dos policias é legal e está lá fazendo o trabalho deles, que é prender criminosos, mas muitas vezes os motivos pelos quais eles abordam jovens não são legítimos. Mas na verdade, acho que existem maneiras melhores de lidar com a frustração e a raiva, e violência definitivamente não é uma delas. Existem muitos problemas, em todos os lugares, aqui no Brasil também, e talvez fique pior na Inglaterra porque as pessoas podem ficar cada vez mais revoltadas.
Mas você presenciou algum dos protestos?
Sim, eu estava em West London e um deles, não um grande, começou. Foi um pouco assustador. É estranho ver pessoas reagindo daquela maneira, existem maneiras mais civilizadas se de agir.
Seu nome artístico vem da peça My Fair Lady, seus pais trabalharam com musicais e você atuou na infância. Você pensa em voltar a atuar algum um dia?
Talvez, mas eu amo a música. Talvez no futuro, eu sou uma pessoa que nunca digo nunca, mas não é minha prioridade. Se for a coisa certa eu farei, mas não agora.
Você foi criada em Camden Town. Como o bairro está agora sem Amy Winehouse? Os moradores ainda comentam muito sobre ela?Sim! No dia em que ela morreu tudo já estava diferente. Tinha alguma coisa no ar, a cidade pareceu mais cinza, como se a luz de um diamante tivesse se apagado. Foi muito triste. Eu só a encontrei algumas vezes, mas tenho amigos que eram amigos dela. Senti muito por eles.
Qual seu lugar favorito no mundo?
A praia! Uma bem bonita de preferência! Infelizmente não tive tempo de conhecer as praias daqui, mas ouvi que as do Rio de Janeiro são lindas.
Quais bandas ou cantores você tem ouvido?
Tem uma nova banda na Inglaterra chamada Daily, que eu amo, é muito legal, The Weeknd, a trilha sonora do filme Drive e o disco novo da Beyoncé...
Qual a importância da internet na sua carreira e na sua vida? Você é viciada em alguma rede social?
Se eu não me comunicasse, meu fãs iriam diminuir (risos). É um ótimo lugar para interagir com os fãs e divulgar o trabalho. Na minha vida pessoal eu não gosto muito! Acho que que é uma ótima de propagar a minha música, mas prefiro pegar o telefone e ligar para os meus amigos se sinto falta deles ou quero sair. Eu tenho facebook, mas hoje mesmo estava pensando em deletá-lo (risos).
Se você tivesse que escolher um artista brasileiro para gravar junto quem você escolheria?
Eu não conheço muito os artistas brasileiros... Mas em outra entrevista, eles colocaram algumas músicas brasileiras pra eu ouvir e eu gostei muito de uma cantora chamada Tulipa Ruiz. Achei ela muito legal (Revista TPM).
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