lunes, 27 de agosto de 2012

Tulipa Ruiz - Tudo Tanto (2012)

Tudo Tanto

 Entre a MPB e o indie, a cantora Tulipa Ruiz encontrou seu lugar ao sol. E essa praia em Tudo Tanto, o novo disco de Tulipa, tem direito a psicodelia tropicalista, riffs de guitarra e brincadeiras com a voz.
Filha do guitarrista, produtor e crítico musical Luiz Chagas, da Banda Isca de Polícia, Tulipa sempre esteve envolvida com a música. Mas começou a carreira de forma relativamente tardia, aos 30 anos. Ela foi uma das artistas que colocou suas músicas no hoje quase falecido MySpace e de repente se viu cheia de convites e fãs.
O disco de estreia, Efêmera, saiu em 2010 e fez a cantora famosa, levando-a a tocar inclusive fora do Brasil. É claro que toda essa exposição resultou em pressão e expectativa para o segundo álbum.
Com 11 canções que totalizam 44 minutos, Tudo Tanto é um passo adiante na carreira da cantora. Tulipa não ficou vivendo da inércia do sucesso do disco de estreia. Ela ousou, experimentou. E isso é um acerto mesmo se o resultado não for lá aquelas coisas. No caso de Tudo Tanto, o resultado é ótimo.
Fáceis
Algumas canções são "fáceis", por assim dizer, como É, mas não são exatamente canções pop. Tulipa mostra mais. Quando abusa dos agudos, como em Víbora, pode não agradar a todos - muitos se lembrarão de Tetê Espíndola nesse momento. O mesmo vale para os gritos a lá Yoko Ono de Like This. Mas o desespero que a interpretação revela na primeira e o inusitado que choca na segunda criam a personalidade única da artista.
Essa interpretação, a forma como às vezes pronuncia os erres - nos versos "E deixa ela passar por sua goela / E transbordar da boca" de "Cada Voz", por exemplo - e a maneira como explora temas cotidianos mostram uma Tulipa livre.
O repertório tem muitos destaques. Tudo Tanto é o tipo de álbum que precisa ser ouvido muitas vezes e é provável que suas favoritas mudem depois de algumas boas audições. Agora, eu citaria É, Quando Eu Achar e Dois Cafés. Vale mencionar que esta última conta com vocais e guitarra de Lulu Santos. O disco, aliás, traz outras participações, entre elas: Mauricio Takara (Chocotones), Kassin, Gustavo Ruiz (seu irmão), Luiz Chagas (seu pai) e o rapper Criolo.
A cantora, que estreia como artista plástica em exposição de gravuras, liberou o download gratuito do segundo disco em seu site oficial. Tudo porque o álbum de estreia havia vazado e Tulipa achou um absurdo que a qualidade da versão pirata fosse tão ruim.


Víbora by Tulipa Ruiz on Grooveshark

domingo, 19 de agosto de 2012

Zoufris Maracas - Prison Dorée (2012)

Prison Dorée

 Et voilà que débarque de nulle part, les Zoufris Maracas, avec un premier album dont l’écoute titille immédiatement les oreilles attentives.  Nulle part s’avère être la France, mais on sent bien, on entend bien que les influences musicales sont multiples, diverses et débridées. Si  les maracas sont des instruments de percussions bien connus s’affichant d’ailleurs sur la pochette, qu’en est-il des zoufris ?  Les zoufris, c’est le nom donné aux ouvriers algériens qui venaient travailler en France.  Souvent des hommes seuls, exilés et nostalgiques de leur terre natale. Les Zoufris Maracas, c’est d’abord Vin’s et Micho, qui depuis l’époque de leur amitié adolescente, ont partagé 1000 expériences en Afrique, en Amérique latine et dans le métro en France. Un parcours, un choix de vie assez incroyable dont leurs chansons se font l’écho, reflètent leur philosophie et leur conviction. Pour en savoir plus sur leur cheminement, une mini-biographie bien ficelée se trouve sur leur site. Oui, les Zoufris Maracas clament haut et fort ce qu’ils pensent de nos comportements occidentaux : l’épuisement aveugle des ressources naturelles (« Dis papa »), l’immigration (« Un gamin »), les aberrations de la course au profit et à la consommation( « Les cons ») et  leur vision du fameux « travailler plus, pour gagner plus » (« J’aime pas travailler ») sans oublier quelques coups d’œil sur les filles (« Bahia », « L’été »).  L’ingrédient principal, qui rend le menu toujours digeste, c’est la justesse du ton.  Les Zoufris Maracas manient les mots avec dextérité, ne se départissent jamais de leur humour, d’un certain recul, sans ironie ou amertume, mais les choses sont clairement dites. Musicalement, on alterne entre musique de rue, swing manouche, zouk ou encore afro latino.  L’écrin musical des Zoufris Maracas a une élégance particulière, comme un Mathieu Boogaerts boosté ou un Manu Chao débranché. Beaucoup plus proche de l’éloquence de Java que des gros sabots de La Rue Kétanou ou des fatiguant Les Hurlements d’Léo.


Une nuit avec toi by Zoufris Maracas on Grooveshark

Este post va dedicado a los compadres del alma.

domingo, 12 de agosto de 2012

Meschiya Lake and The Little Big Horns - Lucky Devil (2010)

Lucky Devil

Tracklist
1. I'm Alone Because I love You
2. I Ain't Got Nuthin but the Blues
3. Do For Myself
4. Slowburn
5. Backwater Blues
6. Comes Love
7. Lucky Devil
8. The Curse of an Aching Heart
9. Sweet Substitute
10. Gimme a Pigfoot
11. Joseph! Joseph!

Direto de Nova Orleans, Meschiya Lake and The Little Big Horns foi formada em 2009, com iniciativa da própria Meschiya, já rodada na cena tradicional de jazz. Tocando nas ruas de Nova Orleans, o reconhecimento foi quase imediato chegando a serem eleitos como uma das três melhores apresentações de todo o Sun Valley Jazz Festival, Idaho (2010), o que não era concedido a uma banda estreante há mais de 25 anos. Com um ar vintage, a banda explora bastante love songs do período clássico do jazz americano, passeando de Duke Ellington a Bessie Smith entre algumas faixas próprias.



Do For Myself by Meschiya Lake and the Little Big Horns on Grooveshark

domingo, 5 de agosto de 2012

Kevin Johansen + The Nada - Bi (2012)

Bi
CD1:
01 – Amor Infinito
02 – Baja a la Tierra
03 – Jogo (Subtropicalia)
04 – Tan Facil
05 – Veredas de Agua
06 – Vecino
07 – My Name is Peligro
08 – Alta, Fea y Linda
09 – Milonga que Paso
10 – Picaflor
11 – Nunca Digas Siempre
12 – Whyoh
13 – Chacarera del Deseo (Como Pega el Sol)
14 – Waiting for The Sun to Shine
15 – Buenos Aires Rio
16 – Nieva en Buenos Aires
CD2:
01 – Y Sigo (Cancion de Autoayuda Para Mi)
02 – No Digas Quizas
03 – Down In The Forest (So Many Lovers)
04 – Glass
05 – Party Girl (Love You To Death)
06 – Basta ya de Bastas (Rastars & Rockstars)
07 – Seventeen
08 – Apocalypso
09 – No Tiene Nombre
10 – Los Tics Del Jazzero ( Tics of the Jazzman)
11 – Dark Side Of Me
12 – Everybody Knows
13 – Modern Love


Kevin Johansen é filho de mãe argentina e de pai norte-americano. E não é por acaso que a capa do sexto título de sua discografia - Bi, álbum duplo e bilíngue que a Sony Music lança no Brasil neste mês de agosto de 2012 - estampa fotos dos pais do artista criado entre o Sul da Argentina e o Alaska (EUA). Em Bi, disco assinado por Johansen com seu grupo The Nada, o cantor e compositor explora sua bipolaridade musical neste primeiro álbum de estúdio desde Logo (2007). Produzido por Javier Tenenbaum e Osqui Amante, o primeiro disco, Jogo, gira em torno da música folclórica da Argentina, com ecos de sons feitos no Brasil (há música intitulada Buenos Aires Rio) e no Uruguai. É a herança musical materna de Johansen. Parceiro de Johansen em Waiting For The Sun to Shine, canção incluída entre as 29 músicas do disco duplo, Moska - artista brasileiro que vem fazendo conexões com artistas latinoamericanos de países vizinhos do Brasil - participa de Jogo na faixa Tan Facil. O segundo CD, Fogo, junta Johansen pela primeira vez ao produtor Tweety González e reflete a herança paterna do cantor. Com músicas em inglês e em espanhol, o repertório explicita a influência do pop norte-americano na música de Johansen. Daniela Mercury participa de Apocalypso, tema que versa sobre o fim do mundo. Conciliando músicas novas e antigas (compostas por Johansen ainda na Argentina, antes de se mudar para o Alaska), Fogo termina com releitura de tema do cantor e compositor inglês David Bowie, Modern Love. Lila Downs, Ruben Rada, El Arranque, Natalia Lafourcade, Lisandro Aristimuño e Santiago Vázquez integram o time de convidados do álbum duplo, lançado em junho na Argentina e nos Estados Unidos, promovido pela faixa No Digas Quizás. A orquestra argentina El Arranque, por exemplo, participa do tango Nieva en Buenos Aires e de Everybody Knows (regravação de música do compositor canadense Leonard Cohen). Buenos Aires Río by Kevin Johansen on Grooveshark