martes, 28 de febrero de 2012

Bebe - Un pokito de rocanrol

 Escuchando música infantil, aprendiendo a ser madre y contagiándose de la energía de su hija, Candela… En esas condiciones, Bebe concibió su tercer disc, Un Poquito de Rocanrol, en donde reflejó cómo se siente en este momento de su vida.
“Considero que el disco es súper energético y con mucho humor negro. Tiene mucha energía positiva y es que, con el bebé aquí tienes que estar con toda la energía arriba, no hay tiempo para ponerse triste, para darle importancua a otras cosas”, explicó la española al respecto.
La cantante anunció durante la entrega del Latin GRAMMY del 2009 que estaba embarazada y, a partir de ese momento, se dio tiempo para disfrutar de esta nueva etapa de su vida. Ahora, con la nena un poco más grande, se alistó para volver a la música.
El proceso no fue sencillo, sin embargo, como toda una profesional, se entrenó para trabajar por las noches en la composición de sus canciones.
“Me fui a a París y ya después empecé a coger ritmo y viajaba de España a París. Cuando me iba por bloques de una semana o bloques de 10 días trabajaba de noche.Era muy divertido porque cuando estás organizada aprovechas el tiempo de ser madre”, contó.
La producción estuvo a cargo de Renuad Letang, quien ha trabajado con Franz Ferdinand, Manu Chao, entre muchos otros.

Un pokito de rocanrol

K.I.E.R.E.M.E. by Bebe on Grooveshark

jueves, 23 de febrero de 2012

The Puppini Sisters - Holywood

 Holywood

 O talentoso grupo vocal The Puppini Sisters lançou seu terceiro álbum da carreira, o “Hollywood”, que certamente imprime todo o glamour do nome. Pelo menos o glamour hollywoodiano daqueles dias.

Mantendo a mesma fórmula dos dois álbuns anteriores, Marcella Puppini, Kate Mullins e Stephanie O’Brien, continuam respirando ares dos anos 40, e desta vez trazem versões de alguns clássicos do cinema, como "Parle Plus Bas” - versão francesa de "Speak Softly Love" do filme "O Poderoso Chefão".

Com a mesma estrutura de harmonia vocal, o disco foi gravado assim como se fazia antigamente: as três cantoras ao redor do mesmo microfone. E com isso, nada de “arrumadas” em programas como Auto-Tune.

Em “Hollywood” as Puppini Sisters escolheram um repertório dinâmico com o trava-língua em francês "Moi Je Joue", o estilo swing de "I Got Rhythm" e a vulnerabilidade de "Moon River".

E tudo com cara de trilha sonora de filmes em preto e branco, saindo de um gramofone enquanto se toma um chá na sala de estar. Tem ainda um standard de Frank Sinatra, “September Song" e um famoso número de Judy Garland, “Get Happy” com direito a banjo e violino.

Destaque para a interpretação dos clássicos “Diamonds Are a Girl's Best Friend”, da musa Marilyn Monroe e “I Feel Pretty” do filme “West Side Story”. Apesar de não haver novidades na sonoridade do trio, “Hollywood” não deixa de ser um álbum agradável de se ouvir.

I Got Rhythm by The Puppini Sisters on Grooveshark

domingo, 19 de febrero de 2012

Teresa Cristina - Delicada

Delicada

 Porta-estandarte da ressurreição da Lapa carioca, Teresa Cristina pertence a essa linhagem nobre e rara de artistas essenciais, forjados na batalha. Sua faina de shows no incipiente bar Semente, no miolo do bairro, dez anos atrás, fez a cantora emergir nos braços (e palmas) do povo do lugar. Mas sem populismo. Numa nova etapa de sua carreira, construída passo a passo, sem explosões ou descartes, Teresa estréia na multinacional EMI, no disco Delicada. A faixa-título é uma bossa nova do cantor/autor Zé Renato, que ela letrou. Sem preconceito, nem mania de passado.

“A bossa nova pra mim faz parte do samba, é um samba mais lento”, decupa sábia. E faz estrear em sua voz desde o baião do maranhense João do Vale Pé do Lajeiro (com José Cândido e Paulo Bangu), já gravado por ninguém menos que Tom Jobim, ao samba de roda do baiano Walter Queiroz, Carrinho de linha, que ouvia na voz de Fafá de Belém. Além do samba Gema, de Caetano Veloso, pepita que foi escavar no disco “Outras palavras” (1981), um de seus preferidos do tropicalista. “Eu ouvia dois momentos distintos nessa música, uma batucada meio amacumbada e o refrão, como se fosse de um samba de enredo”, distingue. Conheceu o compositor nos bastidores de um show do grupo Moinho da Bahia e pediu-lhe um samba inédito. “Mas logo em seguida ele gravou um disco de rock, devia estar voltado para isso e não quis incomodá-lo”, defende zelosa. E Gema já era sucesso em seu laboratório informal nas noitadas da Lapa. Lá também foi testado Carrinho de linha, de Walter Queiroz, a quem foi apresentada na Bahia. Mas só em casa, ouvindo o disco que recebeu dele, deu-se conta tratar-se do autor que apreciava desde os seis anos a partir do sucesso “Filho da Bahia”.

Pé do lajeiro exigiu cuidados especiais. Mesmo sem tocar qualquer instrumento, dividiu a autoria do arranjo com João (neto do escritor Antonio) Callado, cavaquinho de seu inseparável Grupo Semente. “Eu dou pitacos, criei a introdução para ficar diferente da gravação do Tom, que tinha arranjo do João Donato”, separa. O refinado Paulinho da Viola de A gente esquece também foi repescado por ela, no disco que ele gravou com seu nome em 1968. O compositor o renega por ter arranjos orquestrais um tanto pesados para o samba de câmara que desenvolveria nos anos seguintes. Mas Teresa, que estreou num CD duplo em homenagem ao compositor, gosta até mesmo da roupagem suntuosa escrita pelo maestro Gaya na época. “Esse disco me emociona. Para mim lembra o “songbook” do Cole Porter pela Ella Fitzgerald”, compara. Sua preocupação maior foi saber com o próprio Paulinho se as respostas de sopros do arranjo faziam parte da partitura original. Como não faziam, sentiu-se à vontade para recriar o samba cheio de arestas e beleza.

Já seu lado umbanda (“foi o que me fez entrar na música”) a despertou para o ponto estilizado Nem ouro, nem prata (Ruy Maurity/ Júlio J. do Nascimento/ José Jorge/ Olívia S. de Carvalho). “Conheço a música de cor e salteado e ouço o compositor Ruy Maurity desde a novela ‘Dona Xepa’. Ele usava uns cordões e cantava ponto de terreiro”, situa. Por conta dessa afinidade, a música ganhou uma releitura mobilizadora no disco. Há ainda outro tributo de gratidão. Foi ouvindo os discos do pai, do sambista Candeia, que Teresa começou a interessar-se pelo samba. O ebuliente partido A paz do coração (Candeia) integrava um surrado LP do grupo Os Partideiros, e ela nunca conseguiu ouvir inteiro porque o disco estava quebrado nesta faixa. “Foi um fã do Candeia, morador da Barra da Tijuca – achei interessante essa combinação –, o Ricardo Briganti, que me passou a música.” Antes, como todas as outras, o partido-alto passou pelo crivo do produtor Paulão 7 Cordas, que acompanha a cantora desde os primeiros passos. “Ele é meu termômetro, sempre peço sua opinião quando vou incluir alguma música nos discos.”

Delicada acaba num “bloco de carnaval de rua”, com os sucessos Fechei a porta (Sebastião Motta/ Delice Ferreira dos Santos), Rosa Maria (Aníbal da Silva/ Éden Silva) e Jura (Adolfo Macedo/ Marcelino Ramos/ Zé da Zilda). No disco, Teresa contesta de duas maneiras as críticas de que “o pessoal da Lapa prefere música velha, cria pouco”. Primeiro, na criteriosa seleção das regravações. “Foi o Paulinho da Viola quem me sugeriu Fechei a porta, sucesso do Jamelão. A música aparece numa temporada, mas depois a obrigação de trazer o novo faz com que ela seja esquecida”, anota. E dois, na larga (e talentosa) face autoral do disco. A começar por Cantar (“desnudar-se diante da vida/ cantar é vestir-se com a voz que se tem”), incisiva resposta aos que a criticavam no início por interpretar de olhos fechados. “Me aconselharam a abrir o olho, do contrário eu fechava uma janela com o público. Mas o Semente não tinha palco, era um degrauzinho, a impressão que tinha era de que estava cantando no meio das pessoas. Diziam que eu não tinha emoção, cantava parada, não trocava com o público. Eu pensava nisso e achava: ‘se é assim, é porque eu não gosto de cantar’. Mas resolvi responder a essas pessoas sem agressividade. Cantando, como eu gosto.”

Essa delicadeza também se observa nas parcerias como Fim de romance, com Seu Argemiro do Patrocínio, da Velha Guarda da Portela, falecido em 2003. “Ele fez a primeira parte, depois que a gente compôs ‘Amém’. Era meu amigo mais velho e morreu de amor, logo depois que a companheira, Nina, se foi. É difícil cantar essa música, eu choro ao lembrar dele. As pessoas acham bacana cantar chorando, mas é ruim, a voz fica alterada”, reclama. Em Senhora das águas escreveu a primeira parte e João Callado a segunda. “Ele é meu parceiro desde o início, tenho liberdade pra dizer se não gosto de alguma coisa.” Já Saudade de você, também da dupla, por seu cunho autobiográfico, é outra que a conduz às lágrimas. “A melodia já era triste e pra mim quando a tristeza não se transforma em música, ela faz mal.” Na gravação entrou um quarteto de cordas. “A gente resolveu usar todos os recursos do estúdio, mesmo que não desse para reproduzir no palco”, conta. Generosa, Teresa fez questão de abrir espaço em seu solo para os parceiros do Grupo Semente. Pedrinho Miranda é o solista vocal de Quebranto (Alfredo del Penho/ Zé Luís) e Rosa Maria. O percussionista Trambique (“ele é o nosso mascote, tem 62 anos”, brinca) canta Jura. E o grupo mostra seus dotes instrumentais no amaxixado João Teimoso (João Callado).

sábado, 11 de febrero de 2012

CéU - Caravana Sereia Bloom

Caravana Sereia Bloom


Céu colocou o pé na estrada, viajou quilômetros e mais quilômetros pelas sonoridades do Norte e Nordeste desse Brasil sem fim, reviveu o brega dos bares de beira de rodovia, flertou com nossos vizinhos latinos, dançou cumbia, lambada, mas sem deixar a Jamaica de lado, jamais. E está de volta, tão linda como sempre, com sua voz de sereia, lançando seu terceiro disco ‘Caravana Sereia Bloom’, previsto para ser chegar às prateleiras no dia 14 de fevereiro.
"Esse disco tem essa temática de estrada, que é sempre uma experiência intensa, muito bonita, incrível, mas também difícil, de ter que sair da zona de conforto", comentou Céu em uma mini coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (9), em um apartamento em Pinheiros, na capital paulista.
"Estava muito influenciada pelo Norte e Nordeste brasileiro, ouvi muito brega, ficava horas nessas rádios online, minha preferida é a Rádio Forró Brega. Também teve essa viagem da música latina, da lambada, suas origens, a cumbia, essa região da América Central, Caribe, Jamaica. Estava nesse lugar, querendo falar da estrada", acrescentou sobre as influências e inspirações do novo disco, que chega gostoso, trilha de uma caravana cheia de amor, mambembe, cansada do caos, do concreto mundano.
"O cinema também me influenciou muito, os road movies, ‘Bye Bye Brasil’, do Cacá Diegues, ‘Viajo Porque Preciso Volto Porque Te Amo', do Marcelo Gomes e Karim Aïnouz. Sem dúvida, é um disco muito imagético, cinematográfico. A estrada tem muita imagem, muita história. Cada música tem o seu 'causo'", explica. 
Produzido por ela junto com Gui Amabis, a ‘Caravana Sereia Bloom’ também vem cheia de boas companhias, com participações de Pupillo, Dustan Gallas, Rica Amabis, Curumin, Thiago França, Luquinhas Martins, Fernando Catatau, Lúcio Maia, Dengue, além de composições de Lucas Santtana e Jorge Du Peixe e uma bela regravação de ‘Palhaço’, de Nelson Cavaquinho.
"Eu tenho verdadeira paixão por essa música. Acho muito linda, a letra, a melodia. E o meu pai também. Além de ter tudo a ver com essa coisa da estrada, circense, da caravana. Queria que fosse meio filme do Felini, chamei meu pai para me acompanhar, ele entendeu na hora e fez uma espécie de valsa, que ficou perfeito", comenta, com carinho, sobre a versão íntima do clássico. 
Outra ótima surpresa são as vinhetas que aparecem ao longo da viagem, como ‘FFFree’ e ‘Sereia’, que Céu produziu no seu Garage Band, software da Apple para composição de músicas e trilhas. "Eu adoro o Garage Band! É como se eu arrancasse a folha do meu diário e colasse no livro pronto. As vinhetas são como um rascunho. Queria mostrar como as músicas vão se formando, aproximar as pessoas do processo criativo", disse.

Baile da Ilusão by CéU on Grooveshark

sábado, 4 de febrero de 2012

A Banda Mais Bonita da Cidade - A Banda Mais Bonita da Cidade

A Banda Mais Bonita da Cidade

“Oração” voltou e talvez não suma tão cedo. A música d’A Banda Mais Bonita da Cidade agora faz parte de um CD que promete fazer mais um Fla-Flu entre público e crítica. Às primeiras audições, o hype-hippie-fofinho ainda está lá, mas não vem sozinho e o CD surpreende.
O álbum começa com a bem-humorada “Mercadoramama”. A letra cotidiana e a linda voz de Uyara Torrente (como soa diferente da “música da penteadeira”…) agradam e o refrão, mesmo cantarolante, conquista. Em seguida, “Aos Garotos de Aluguel” (canção da conterrânea Poléxia, ex-banda do guitarrista Rodrigo Lemos). Irônica e de sonoridade forte, é um dos grandes destaques.
A primeira derrapada vem com “Boa Pessoa”, uma música que simplesmente não cresce. A partir daí, o CD parece estar dividido em dois blocos: um de músicas mais obscuras e interessantes e um outro com uma simplicidade sem graça em muitos momentos.
“Bailarina Torta” tem o charme de melodia irregular, com um piano dramático e desafinado no limite do dolorido. Depois, a esquizofrênica “Oxigênio”, que parece seguir a fórmula da anterior até assustar com um country, um coro e gritos. Fechando o bloco, “Ótima”. Uma ode à depressão – quem diria –, a faixa exagera na tinta, mas deixa claro que nem só de fofurice vive o grupo.
Passada a surpresa, o restante do álbum retoma as letras singelas e a sonoridade leve. “Canção Pra Não Voltar” e “Cantiga De Dar Tchau” têm melodias bem desenhadas e melancolia na medida certa. “Se Eu Corro” começa preguiçosa, mas ganha peso e agrada.
“Solitária” e “Nunca” são duas outras canções que não crescem. A primeira força a barra com uma estranhíssima parte falada e teatral. A segunda perde a oportunidade de ser grande por exagerar na simplicidade, apesar da bela interpretação.
Um capítulo a parte
“Oração” está lá como 11ª faixa e, mesmo com arranjo diferente, continua repetitiva e “pentelhamente” fofa e alegre. Mas, não há como negar, é o carro-chefe da banda e não vai ser apagada de sua biografia. O vídeo e seu sucesso deram uma força desproporcional à música, mas ela serviu ao que se destina: chamou a atenção e colocou o grupo, ao mesmo tempo, em evidência e no olho do furacão.
A história da banda se assemelha a de outros artistas desta geração, como Mallu (não mais Magalhães). A Banda surgiu e cresceu na internet. Fez um belíssimo plano-sequência para o lançamento de sua música que hoje, quase seis meses depois, tem mais de oito milhões de visualizações no YouTube. A novidade fica por conta do financiamento do primeiro CD, realizado com a ajuda de fãs por crowdfounding e disponibilizado de graça (link do site oficial no final do texto).
Já a discussão sobre a tal qualidade do hype não é nova – lembrai-vos de “Anna Julia”, do Los Hermanos, e dos primeiros trabalhos da própria Mallu – e não há previsão de consenso. O fato é que torcer o nariz para “Oração” e desistir de ouvir o resto do trabalho é um erro. A sonoridade deste primeiro CD é tão variada e competente que parece difícil não encontrar pelo menos uma coisa que agrade os ouvidos.
Produções bem-feitas e independentes como esta merecem uma audição mais atenta e desarmada. No caso d’A Banda Mais Bonita da Cidade, o hype provoca, mas infeliz de quem tomá-lo por repelente e deixar de conhecer as outras facetas do grupo (Scream &Yell 2.0).

Oração by A banda mais bonita da cidade on Grooveshark