jueves, 29 de noviembre de 2012

Abayomy Afrobeat Orquestra - Abayomy (2012)

Abayomy

A banda Abayomy Afrobeat Orchestra se juntou em 2009 pra trilhar a primeira edição do FELA DAY (evento internacional que celebra o nascimento de Fela Kuti) no Rio de Janeiro e nunca mais parou. O grupo é formado por alguns dos melhores músicos que vivem em solo carioca como o percussionista Garnizé (Faces do Subúrbio/‘O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas’) e o tecladista Donatinho, filho de João Donato. Depois de alguns anos entre shows cada vez mais frequentes, a Abayomy lançou ontem seu disco de estréia na edição 2012 do FELA DAY no Circo Voador. O álbum homônimo foi produzido por André Abujamra e traz seis faixas com repertório próprio e de muita qualidade que junta o afrobeat à ritmos do candomblé misturando letras em português, inglês e yorubá. Afrobeat legítimo com selo de qualidade ‘feito no Brasil’. Vale o confere!


Obatalá by Abayomy Afrobeat Orquestra on Grooveshark

sábado, 24 de noviembre de 2012

Adriana Calcanhotto - Partimpim Tlês (2012)

Partimpim Tlês

"Na Rússia não tem salada russa/ na Grécia não tem arroz à grega/ Milão não tem bife à milanesa/na França ninguém sai à francesa". Ensinamentos de Adriana Partimpim. Quando não mais se esperava, ela apronta outra das suas, três anos depois da segunda travessura e oito da sua aparição na Música Infantil Brasileira, a qual fez crescer, lhe adicionando graça e densidade.

O CD, gravado em uma semana, se chama Tlês e tem duas boas novas de sua irmã mais velha, Adriana Calcanhotto: a espertinha Salada Russa da abertura, parceria com Paula Toller, e a delicada Também Vocês, com João Callado.
Esta segunda é uma das canções de ninar do CD, que recupera o Acalanto de Caymmi para Nana e que conta com a participação de Alice, a neta de Dorival em início de carreira. Do baiano tem também Tia Nastácia, composta para o Sítio do Pica-pau Amarelo.
"A primeira ideia era que fosse um disco de canções de ninar. A semente é essa", conta Adriana, que segue inventando com a trupe formada por Alberto Continentino, Domenico Lancellotti, Berna Ceppas e companhia, cada um criando seus arranjos, e o coro de crianças amigas.
Como nos dois CDs anteriores, ela apresenta às crianças músicas "adultas" que poderiam ter sido compostas para elas. Se os primeiros traziam o funk-balada Fico Assim Sem Você, a marchinha Lig-Lig-Lig-Lé, a Ciranda da Bailarina de Chico Buarque e o Trenzinho do Caipira, Tlês vem com O Pato, feito um clássico da bossa nova por João Gilberto, e o sem-número de passarinhos de Passaredo, outro Chico.
Os pais vão precisar do dicionário para explicar o que são "tordo, tujo, tuim". Jabuti, teiú, bem-te-vi, águia, sapo - são muitos bichos também em Criança Crionça (Cid e Augusto de Campos) e em Lindo Lago do Amor, de Gonzaguinha - o que dá ao CD uma atmosfera de fábula. Mas aqui não há lições de moral.
Há delicadeza, gatilhos para a imaginação, barulhinhos sintetizados ou orgânicos que merecem ser ouvidos em surround: desentupidor de pia emulando o canto de uma baleia em Por que os Peixes Falam Francês? (Continentino/Domenico), o chamado piston cretino fazendo o "quen quen quen quen" do Pato, os pássaros disfarçados de flauta em Passaredo.
O tê-tê-tê-rê-tê de Taj Mahal (Jorge Ben Jor) virou dê-dê-dê-dê-rê-dê; De Onde Vem o Baião (Gilberto Gil) sampleia a voz de Gonzagão. São duas faixas festivas colorindo tons menores. Não que Partimpim tenha amadurecido e ficado circunspecta. Ela encolheu, como sinaliza a capa. "O processo de encolhimento veio como reação do Dois. Eu estava maior, de algum jeito. No Tlês, por causa das canções, eu dei uma encolhida geral."

Salada Russa by Adriana Partimpim on Grooveshark