sábado, 29 de diciembre de 2012

Aline Calixto - Flor Morena (2011)

Flor Morena

Em 2009, Aline Calixto despontou no mercado fonográfico com o lançamento de álbum superestimado, cujo repertório remetia à vivência mineira dessa cantora nascida no Rio de Janeiro (RJ), mas criada nas Geraes. Sucessor de Aline Calixto (2009), Flor Morena chegou em junho de 2011 com alteração na rota geográfica do samba propagado na voz afinada da intérprete. Embora faça escalas em vários pontos da crioula nação do samba, reverenciada em Cabila (Peu Meurray e Leonardo Reis), o segundo disco de Calixto aposta na diversidade do gênero ao mesmo tempo em que aproxima mais a artista do samba cultivado nos mais nobres quintais cariocas - a ponto de ter sua inédita faixa-título assinada pela dupla de bambas Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho (com a adesão de Jr. Dom). Flor Morena - o samba fornecido pelo trio carioca para Calixto - segue linha melódica e poética pouco original, mas é belo e dá o tom elegante de um disco que começa em clima de terreiro com a Gemada Carioca oferecida por Martinho da Vila. A letra desenha a árvore genealógica da cantora. Na sequência, Me Deixa que Eu Quero Sambar - grande tema de Mauro Diniz - celebra o próprio samba, citando em seus versos a luz divina que iluminou a obra atemporal de criadores como Candeia (1935 - 1978). É sob essa luz que floresce ainda a regravação de Coração Vulgar (Paulinho da Viola), samba de 1965, alvo de registro interiorizado. Contudo, certa de que o samba não tem fronteiras, Calixto extrapola o quintal carioca em Flor Morena. Caçuá (Edil Pacheco e Paulo César Pinheiro) - tema já gravado por Edil no álbum O Samba me Pegou (2003) - evoca a sensual manemolência baiana com citação de Maracangalha (Dorival Caymmi) enquanto De Partir Chegar (Joca Perpignan e João Cavalcanti) transita com poesia entre a ciranda e o maracatu de Pernambuco. Já Conversa Fiada - única faixa assinada somente por Calixto - esboça diálogo entre o samba e a salsa que não chega a ganhar forma e consistência. Ainda na seara autoral, Calixto é parceira de Thiago Paschoa e Arhtur Maia na romântica Teu Ouvido, faixa em que o som do bumbo simboliza as batidas descompassadas de um coração apaixonado. Em linha mais bem-humorada, Je Suis la Maria (Dora Lopes, Jorge Rangel e Jean Pierre) leva o samba para um salão de gafieira por conta dos sopros arranjados por Marcelo Martins. Aliás, há todo um frescor nos arranjos que valorizam até sambas medianos como Blá Blá Blá (Serginho Beagá) - efeito provável da produção de Flor Morena ter sido confiada ao baixista Arthur Maia, nome pouco pronunciado nos quintais onde se cultiva o samba mais tradicional. Maia pilotou o álbum com respeito às tradições do samba, mas sem os clichês recorrentes em discos do gênero. Neste CD pautado pelo sincretismo musical, Ecumenismo (Moacyr Luz e Nei Lopes) reza pela cartilha da diversidade religiosa no mesmo tom libertário da miscigenação saudada em Cafuso (Toninho Geraes e Toninho Nascimento).  Cafuso prepara o terreiro para o fecho de ouro do disco, Reza Forte (Rodrigo Maranhão e Mauro Reza), samba-jongo que explicita a criação mineira da artista enquanto festeja a nobreza suburbana na qual está enraizado o samba cultivado nos quintais do Rio de Janeiro. Muito superior ao primeiro disco da cantora, Flor Morena alicerça a voz, a imagem e o samba reverente de Aline Calixto. (Notas Musicais)


12 Cabila by Aline Calixto on Grooveshark

miércoles, 19 de diciembre de 2012

A Banda de Joseph Tourton - A Banda de Joseph Tourton (2010)

A Banda de Joseph Tourton

O baú de influências da banda recifense consegue unir de forma coesa e bem trabalhada progressivo, rock, hardcore, jazz, pop, krautrock, post rock e regional tanto em passagens comuns quanto em ambientações aleatórias. Uma vantagem do som instrumental é justamente deixar mais tranquila essa união de ritmos. Além da cozinha trabalhada e das guitarras adicionando melodia, viagem e peso de maneira consistente, o uso da flauta institui um ambiente regionalista, lembrando Mombojó (Felipe S. e Marcelo Machado foram alguns dos responsáveis pela produção). As participações especiais também engrandecem o disco, como o pianista Vitor Araújo e os metais do Móveis Coloniais de Acaju. “A Banda de Joseph Tourton” é um álbum para ser escutado primeiramente com calma, tendo como intuito degustar texturas e idéias. Depois, uma aproximação maior é bem vinda. Faixas como “16 Minutos”, “Aquaplanagem”, “100m”, “O Triunfo de Salomão” e “A Festa de Isaac” são provas mais do que suficientes para corroborar isso.

16 Minutos by a banda de joseph tourton on Grooveshark

sábado, 15 de diciembre de 2012

Mão de Oito - Um dia que já vem (2012)

Um dia que já vem

Um rockzinho leve e despretensioso parece ser o principal mote do primeiro registro oficial da bonita banda paulista Mão de Oito. Intitulado Um Dia Que Já Vem, o álbum está nas ruas desde o dia 13 deste mês – e pode ser baixado gratuitamente no site oficial. Apostando em guitarras dançantes, quase reggae, o disco vem recheado de participações especiais.
Uma delas é o maior nome do rap nacional atualmente, Emicida, que acompanha os vocais na faixa “Beats”. Ao lado do também célebre rapper Kamau, a música apresenta uma atmosfera refrescante, quase como aquele som perfeito para ouvir enquanto caminha na praia. Em contradição à esta sensação de tranquilidade e paz, a letra conversa sobre a realidade de vários jovens da favela – que, sem opção, acabam indo para o caminho do tráfico. Só que, na música, o tráfico é de discos.
Outra belíssima voz que dá ainda mais corpo às músicas da Mão de Oito é a cantora Marcela Bellas, que acompanha o vocalista Daniel Cohen na faixa “Acorda”, uma música dançante e cheia de trompetes. Um Dia Que Já Vem foi lançado pelo Laboratório Fantasma e contou com a produção de Daniel Ganjaman.(ROCK IN PRESS)


martes, 4 de diciembre de 2012

Elizabeth Shepherd - Rewind (2012)

Rewind

When a fetus becomes the impetus. "Impetus" is a favored word lobbed by Elizabeth Shepherd into the conversation these days as she takes a deep breath and plunges into the great unknown of traveling on the road with a family. The winsome vocalist and jazz pianist had her first child six months ago and has unplugged her tribe from their downtown Toronto home to cover Canada, literally performing dates from Nanaimo, B.C. to St. Johns, Nfld. "Gosh, that's the hope; it's still a huge uncertainty at this point because I haven't done it yet," muses Shepherd. "If I've learned anything in the first six months of being a parent, you have to let go of all expectations of anything, because they will just be thwarted anyway." That said, Shepherd is a jazz musician, and improvising is has been ingrained in her psyche. "I've never been as flexible as I am now, there's a certain openness that comes with being a parent."
The tour follows the release of Shepherd's Rewind (Pinwheel Music, 2012), which officially hit the streets and avenues of the virtual superhighway and record stores on April 10, 2012, and is available for download, with a limited edition vinyl pressing also in the works.
For Shepherd, jumping onboard the tour bus comes as naturally as childbirth—replete with the requisite pains—but the manouche spirit permeates her very soul. "My parents were Salvation Army ministers from the time I was two until about three years ago. When you become a full-time minister with the Salvation Army, you open yourself up to be appointed anywhere; the army brats and I would have a lot in common," confesses Shepherd. And though such a lifestyle can often lead to solitary childhood, in Shepherd's case spending formative years in France would have an ineffable effect on her sound and musical tastes. "In moving to France I was exposed to a great variety of things. The music you heard on the radio was quite different; it was far more diverse that what typical radio was in Canada."
Though the seeds of a career in jazz were planted in Europe, ironically it was when she returned to Canada to study jazz at McGill University that Shepherd came to embrace the fruits of great songwriting. "'Love for Sale' is one of those tunes that really stayed with me all of those years," she says. So much so, that Cole Porter's unassailably beautiful song opens up the new album. "There is a certain sadness and weight to the lyrics, but at the same time it's the oldest profession, it's a song about prostitution," says Shepherd. "I kind of wanted to infuse it with a little more power, not treat the lyrics as lightly as they have been in the past."
Somewhere in the hallowed halls of every jazz school is a rather haggard-looking pianist hunched over the keyboard, looking like the Grinch on the morning after an all-night bender, thinking, "Please, not another version of 'All the Things You Are.'" Shepherd would be no exception. "When I went to school we had to learn 60 to 80 standards; that was really the bare minimum requirement in jazz school. My first gig, before I even considered being a professional musician, I took because I needed money. I was actually waitressing and they noticed on my CV that I played piano; they asked if I would play because the house pianist was going on vacation. I had to learn a whole bunch of tunes and fell into that gig for three years."
And if a career is born out of necessity—in this case the need to eat, and there is something magical in watching a talent come to life because of providence—then Shepherd knows the road is not paved with yellow bricks, and every jazz player must pay his/her dues. And so she learned a litany of songs from jazz standards and chanson to pop tunes, and played, and played and played. So much so, that she earned the right to bank studio time and sculpt her own material, which figures prominently on her debut disc, Start to Move (Pinwheel Music, 2006).
Three well-respected albums later, chock-full of delicious observations on contemporary society and accessible grooves—all punctuated by Elizabeth Shepherd's uncanny gift for writing melodies that stick—fast forward to Rewind, a collection of cover tunes. "I think there's a beauty in hearing tunes that come to the public, because they are covered in a certain unique way. I've found that given a chance to reinterpret a song you can find real beauty there." Shepherd goes on to justify her decision by saying, "I wanted to take some tunes that maybe didn't quite make it into the jazz canon, as way of uncovering them I can maybe bring them to light, and have people say 'Wow, that's actually a great tune.'"
Placing the needle gingerly into the groove (pun intended), Rewind does not disappoint in unearthing a few gems that may not have had their fare share of time in the spotlight; in particular, "Lonely House" sees Shepherd's ethereal voice hanging in the air like the wisp of tinsel dangling from a fir tree late at night on Christmas Eve. The ethereal wanderings of "Lonely House" do not, however, tell the whole story: Rewind also features funk and soul sounds parsed with jazz harmonies that characterize the flavor of Shepherd's earlier releases—though the exception, in this instance, is that her piano spends much of the time riding in the sidecar. "I was really drawing on more of a folk tradition in how to present the songs. In jazz, the lyrics often get bogged down in the harmony and the complexity, but when you're talking about a song with lyrics, the main thing is the narrative of the tune, and if that gets obscured then I feel like you've kind of missed the point."
The paradox of any contemporary record of cover tunes is that it must deftly attempt to blend the past with the present in a way that suffuses the two into something unique. Presented with this option even the most road-weary music veteran may balk; but in Shepherd's case the evolution of embracing the past was a natural one. "The impetus for this album was when I was in Japan touring Heavy Falls the Night (Pinwheel Music, 2010), and some A&R reps approached me to do a standards album. I dismissed the idea at the time, but then when I was four-months pregnant, I thought, 'Okay what are my limitations? Things are going to change; a new album of original material is just not going to happen under the circumstances.'" Confronted with the limitations of bringing a new person into the world, Shepherd was undaunted and pursued what felt like the only option, "Realizing that I would have nothing to keep me busy for the last five months of pregnancy and nothing to look forward to after the baby was born, I revisited the idea of covers, knowing it was something I could record and be connected to."
That said, Rewind is not a direct homage to Shepherd's daughter, and it's not an album designed to assuage tears, or throw on the turntable to induce heavy little eyelids. In fact, Shepherd indicates that this is a far cry from singing, "Love for Sale" to induce sleep (a beautiful tune, but perhaps not the first lullaby that comes to mind. "My daughter informed the process all along the way; I could feel her growing in me, we would be in the studio and she would have the hiccups while I was trying to sing, and we would just crack up laughing. So, she informed the process, she is in there." Shepherd says in her mellifluous voice, "Now I realize that though, in the beginning the album came from a place of apprehension, I ended up with something where I can sit down with her 15 years from now—if she wants—and say, you are in there, you are a great part of this."
Prelude To A Kiss by Elizabeth Shepherd on Grooveshark

sábado, 1 de diciembre de 2012

Natalia Lafourcade - Mujer Divina, Homenaje a Agustín Lara (2012)

Mujer Divina

Too often in music, attaining maturity equals compromising the musical search. This might never be the case for our generation's darling Natalia Lafourcade. In an interview earlier this year Lafourcade confessed feeling incredibly moved by Mexico’s bicentenario, where she played chanteuse as part of Alondra de la Parra’s Travieso Carmesí. The event led her to a renaissance of national composers from the past, falling in love particularly with Agustín Lara (“El Flaco de Oro”). The follow up to the majestic Hu Hu Hu is a duets tribute album to Lara, to his ever-peeling melodies and the poetry of his profound words.

For the first time in a long time (perhaps since Café Tacvba’s pre-drums era), Mexican indie is witnessing an appreciation for Mexico's music. And it’s happening at different levels: from the indie-gone-mainstream success of Carla Morrison to the cult-gone-classic feat of Juan Cirerol. These artists are reinstating the fact that it’s okay and beautiful to sound Mexican. This observation is of particular significance when considering Hu Hu Hu was the result of Lafourcade’s creative expatriation to Canada. Mujer Divina finds a Natalia Lafourcade that’s less transitional and more acquainted to a classicist artistic scope. She’s quieter than we usually like her to be, but refinement has its perks. Featuring a stellar lineup of accompanying men, this is a record that skips the innate charm of duets and carves for deep emotional exchange.

Mujer Divina starts at a high point, with the always-comforting voice of Adrián Dárgelos (Babasonicos) describing the haunting gaze of a divine woman. When Lafourcade’s voice enters the spectrum, she quickly resolves the biggest anxiety felt by the album’s gendered premise: Will Lafourcade play a passive/recipient role or will she be an active participant in the storytelling? From track one, she refuses to be the muse of Lara’s love songs, and not once does she bow submissive in front of these worldly celebrated men. Lara would be proud of her stance. Lafourcade and her respective companion approach every song with due respect, negotiating rhythmic pace and idiosyncrasies without hurting the album’s overall refined coherence.

Leading single “La Fugitiva” (featuring Kevin Johansen) is a slow-burning cut where tangents from Lara’s original composition are subtly revealed. While the departure might seem impersonal, there are historical margins to be followed. Lafourcade’s approach is considerate and, with the exception of “Aventurera” (featuring Dominican singer Alex Ferreira), she opts to step away from the mounting orchestrations that defined a lineage between Las 4 Estaciones del Amor and Hu Hu Hu. Other standout numbers include the flourishing “Limosna” (featuring Café Tacvba’s Meme), the whimsical “Farolito” (featuring Gilberto Gil), and the ethereal “Amor de mis amores” (featuring Devendra Banhart). To be totally honest, the idea of a tribute collaborative album never really excited our staff, but we should know better than to underestimate the pulling of our heartstrings at the touch of the eternally consoling Natalia Lafourcade.

La Fugitiva by Natalia LaFourcade on Grooveshark

jueves, 29 de noviembre de 2012

Abayomy Afrobeat Orquestra - Abayomy (2012)

Abayomy

A banda Abayomy Afrobeat Orchestra se juntou em 2009 pra trilhar a primeira edição do FELA DAY (evento internacional que celebra o nascimento de Fela Kuti) no Rio de Janeiro e nunca mais parou. O grupo é formado por alguns dos melhores músicos que vivem em solo carioca como o percussionista Garnizé (Faces do Subúrbio/‘O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas’) e o tecladista Donatinho, filho de João Donato. Depois de alguns anos entre shows cada vez mais frequentes, a Abayomy lançou ontem seu disco de estréia na edição 2012 do FELA DAY no Circo Voador. O álbum homônimo foi produzido por André Abujamra e traz seis faixas com repertório próprio e de muita qualidade que junta o afrobeat à ritmos do candomblé misturando letras em português, inglês e yorubá. Afrobeat legítimo com selo de qualidade ‘feito no Brasil’. Vale o confere!


Obatalá by Abayomy Afrobeat Orquestra on Grooveshark

sábado, 24 de noviembre de 2012

Adriana Calcanhotto - Partimpim Tlês (2012)

Partimpim Tlês

"Na Rússia não tem salada russa/ na Grécia não tem arroz à grega/ Milão não tem bife à milanesa/na França ninguém sai à francesa". Ensinamentos de Adriana Partimpim. Quando não mais se esperava, ela apronta outra das suas, três anos depois da segunda travessura e oito da sua aparição na Música Infantil Brasileira, a qual fez crescer, lhe adicionando graça e densidade.

O CD, gravado em uma semana, se chama Tlês e tem duas boas novas de sua irmã mais velha, Adriana Calcanhotto: a espertinha Salada Russa da abertura, parceria com Paula Toller, e a delicada Também Vocês, com João Callado.
Esta segunda é uma das canções de ninar do CD, que recupera o Acalanto de Caymmi para Nana e que conta com a participação de Alice, a neta de Dorival em início de carreira. Do baiano tem também Tia Nastácia, composta para o Sítio do Pica-pau Amarelo.
"A primeira ideia era que fosse um disco de canções de ninar. A semente é essa", conta Adriana, que segue inventando com a trupe formada por Alberto Continentino, Domenico Lancellotti, Berna Ceppas e companhia, cada um criando seus arranjos, e o coro de crianças amigas.
Como nos dois CDs anteriores, ela apresenta às crianças músicas "adultas" que poderiam ter sido compostas para elas. Se os primeiros traziam o funk-balada Fico Assim Sem Você, a marchinha Lig-Lig-Lig-Lé, a Ciranda da Bailarina de Chico Buarque e o Trenzinho do Caipira, Tlês vem com O Pato, feito um clássico da bossa nova por João Gilberto, e o sem-número de passarinhos de Passaredo, outro Chico.
Os pais vão precisar do dicionário para explicar o que são "tordo, tujo, tuim". Jabuti, teiú, bem-te-vi, águia, sapo - são muitos bichos também em Criança Crionça (Cid e Augusto de Campos) e em Lindo Lago do Amor, de Gonzaguinha - o que dá ao CD uma atmosfera de fábula. Mas aqui não há lições de moral.
Há delicadeza, gatilhos para a imaginação, barulhinhos sintetizados ou orgânicos que merecem ser ouvidos em surround: desentupidor de pia emulando o canto de uma baleia em Por que os Peixes Falam Francês? (Continentino/Domenico), o chamado piston cretino fazendo o "quen quen quen quen" do Pato, os pássaros disfarçados de flauta em Passaredo.
O tê-tê-tê-rê-tê de Taj Mahal (Jorge Ben Jor) virou dê-dê-dê-dê-rê-dê; De Onde Vem o Baião (Gilberto Gil) sampleia a voz de Gonzagão. São duas faixas festivas colorindo tons menores. Não que Partimpim tenha amadurecido e ficado circunspecta. Ela encolheu, como sinaliza a capa. "O processo de encolhimento veio como reação do Dois. Eu estava maior, de algum jeito. No Tlês, por causa das canções, eu dei uma encolhida geral."

Salada Russa by Adriana Partimpim on Grooveshark

sábado, 20 de octubre de 2012

Gaby Amarantos - Treme (2012)

Treme

 A cantora responde pelo nome de Gaby Amarantos e é uma das precursoras do movimento technobrega, sucesso nas festas de aparelhagem (baladas multimídia que reúnem uma quantidade hedionda de pessoas ao norte do país). Gaby fez sua fama em Belém tocando com a banda Technoshow, da qual traz duas músicas ao disco solo: Gemendo e Faz o T, em dado momento a versão que fez para a música Single Ladies cai na web e vira hit, desse momento em diante a cantora vislumbra uma chance: não ficaria apenas tocando no Pará, levaria suas influências ao resto do país.

O visual trash e exagerado, cheio de lâmpadas de LED, luzinhas que piscam e penas na cabeça, garantiram à Gaby mais algum tempo de exposição e depois do que pareceu um eterno tempo de pré divulgação, sai no final de abril, seu disco de estréia: Treme. Olhando a capa do referido, que traz a cantora disparando lasers dos seios entre animais empalhados, a impressão que dá é que Gay não desistirá de seus truques visuais muito utilizados em shows, muito divertidos, por sinal, e continuará apelando para sua simpatia(a arte do album tem um humor que desarma até o mais xiita dos malas culturais), mas o disco nem precisa. Sob a tutela de produtores gabaritados e  gravadora grande, Gaby não se deixa levar, nem nega suas influências amazônicas: há muito carimbó, lambada, forró e claro, o technobrega, que fez sua fama, tudo isso embalado em certeira roupagem pop.

Xirley foi o primeiro single de Treme à chegar ao grande público e é o principal responsável por trazer a cantora de volta à mídia, já que honestamente a versão (bem ruim) de Single Ladies que a fez famosa como a Beyoncé do Pará não teria capacidade para tanto. A música já foi muito tocada, desde seu lançamento, mas mesmo assim, permanece divertida e com um groove interessante. O clipe é tão bom quanto a música e fala do início de Gaby negociando suas primeiras gravações com os camelôs de Belém, sua cidade natal, além de trazer uma ótima sacada sobre pirataria.
 
 


Xirley by Gaby Amarantos on Grooveshark

domingo, 7 de octubre de 2012

Thiago Petit - Estrela Decadente (2012)

Estrela Decadente

Após o sucesso do clipe Pax de Deux, Thiago Pethit lança -full-  seu álbum Estrela Decadente em versão streaming através das Oi Rdio e em diversas lojas do Brasil na versão física.
O álbum começa com a faixa hit do mesmo, Pax de Deux tem a cara dos anos 20, o clipe conta com a participação da famigerada modelo Laura Neiva, e a amiga de Thiago de longa data, a atriz Alice Braga. A canção abre para o mundo melancólico de Thiago,  sentido anteriormente em outros trabalhos.
Thiago circula com facilidade pelas suas referências através das décadas, após o primeiro passo, Moon, segunda faixa do disco é a primeira de muitas faixas bilingues e traz uma pitada de animação para o álbum. Em Dandy Darling o som também animador é digno da década de 50 e vem para grudar na sua cabeça com o refrão “Amigo, escute o que eu digo, só venha comigo se quer se perder por aí“.
Outra surpresa agradável é a participação de Mallu Magalhães na faixa Perto do Fim na qual Thiago canta um rock sessentista e clama “We´ve been in hotel rooms before. I know much more than you can think of. We know that I’m no good for you, But as you said you ain’t good too.” 
Já em So long, New Love a preferência pelo rock dos anos 60 aparece sem timidez, a balada do cd já não é novidade, por já ter sido divulgada em uma campanha publicitária em 2011 e tem seu belíssimo coro formado por Camila Lordy, Marcio Arantes, Vitor Patalano e  Pedro Penna. Esse mesmo coro retorna harmoniosamente na faixa Haunted Love mais uma balada do disco.
A música que nomeia o álbum, Estrela Decadente é animada e chega até a ser dançante, mas ainda sem tirar os pés da melancolia que liga uma faixa a outra e  forma o disco. Devil in Me é a track mais sombria do disco graças a guitarra de Thiago Penna, e soa como uma pessoa solitária em uma noite mais escuras que as demais.
Surabaya Johnny (Bertolt Brecht e Kurt Weill) é tema da peça-cabaret Happy End, lançada em 1929 e tem todo o clima da época com a voz de Thiago em encontro com a voz de Cida Moreira.
Estrela Decadente conta com 9 faixas muito bem trabalhadas, sem cansaços ou excessos o disco mostra a facilidade com que Thiago Pethit trata o ar bucólico que paira sobre ele, além de trabalhar as suas diversas referências, ele também interliga música a música, mostrando um álbum muito bem amarrado e poético.


Estrela Decadente by Thiago Pethit on Grooveshark

jueves, 4 de octubre de 2012

Bjork - Gling-gló (1990)

Gling-Gló

Guðmundur Ingólfsson Trio had been commissioned by state radio to commit a live set of popular standards to a two-track real. The idea sounded brilliant to the trio, but thought it could be better if they had a singer.
Björk's previous appearances on a local jazz radio program called Godravina Fundur had made an impression on Gudmunður Steingrímsson (otherwise known as Papa Jazz) He also had fond memories of her when she was just 16 years old, jazz obsessive, hanging around his recording sessions at Labbi Thorarinsson's farm Glora.
"We were recording one of the first of Guðmundur Ingólfsson's records," St. Steingrímsson recalls. "She was in the countryside then and she was always coming in. She was very interested because she liked jazz... she liked every kind of music." Upon Steingrímsson's request, the trio asked Björk to participate, and she jumped at the chance.
Björk selected the program's setlist, and brought them back to the trio, who learned the few they didn't already know. 

On august 30th, 1990 the group made their debut at Hotel Borg, where the audiance's reaction was immediate. Not long afterwards, the quartet found themselves in Reykjavík's Studio Syrland, recorded live off the floor at a breakneck pace without almost any overdubs. Dubbed Gling Gló (ding dong, or the clanging of bells), the resulting record was completed in just two days.
Gling Gló was released in Christmas 1990 to almost instant acclaim, and quickly went platinum in Iceland.
Liner-note translation

Bella Símamaer by Björk on Grooveshark

domingo, 23 de septiembre de 2012

The Zutons - Who killed The Zutons? (2004)

Who killed The Zutons?

The Zutons é uma banda de Liverpool, na Inglaterra, de Indie Rock / Pop. A banda é composta por: Dave Maccabe (Vocal e Guitarra), Sean Payne (Bateria), Russell Pritchard (Baixo), Boyan Chowdhury (Vocal e Guitarra) e Abi Harding (Saxofone).
Inspirados pelo psicodelismo dos anos 60, o som do The Zutons é uma mistura entre o rock tradicional de sua terra (Beatles, Rolling Stones) com o novo rock (Franz Ferdinand, White Stripes) e pitadas do Funk e da Soul Music dos anos de psicodelia. Boas composições e ótima pegada também caracterizam o som da banda.
O primeiro álbum da banda, o Who Killed the Zutons?, foi lançado no ano de 2004 e foi aclamado pela crítica especializada. Já o mais novo álbum da banda, o Tired of Hanging Around, não ficou para trás, foi também muito bem aceito pela crítica e foi produzido por Stephen Street, conhecido pelo seu trabalho com bandas, como os The Smiths. Freqüentemente, a banda vem sido comparada ao The Coral por serem da mesma região e por dividir selo e produtor. Mas ao ouvir as duas bandas percebem-se claras diferenças que surpreende quem espera um mero clone.

Zuton Fever by The Zutons on Grooveshark

sábado, 15 de septiembre de 2012

Siba - Avante (2012)

Avante

O compositor pernambucano Siba é conhecido por suas criações regionais, mesclando sons da cultura nordestina em vários estilos, desde maracatu, ciranda, frevo, etc. Desde a separação do Mestre Ambrósio, Siba já lançou alguns álbuns como artista solo, um deles de grande destaque, como Siba e a Fuloresta, chamado Toda vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar, de 2008.
A capa do álbum já demonstra alguma mudança no direcionamento, com Siba carregando uma guitarra e tudo começa quando um guitarrista é o produtor do disco, Fernando Catatau. Segundo Siba, inclusive, Catatau foi uma das referências para a composição de Avante no instrumento. De fato, o som presente em Avante é bem mais universal do que seus trabalhos anteriores. Mas isso não quer dizer que ele deixou as raízes de lado, sua poesia está mais lírica e nordestina do que nunca, com aquele sotaque pernambucano inconfundível, como em “Cantando Ciranda na Beira do Mar”. 
“Ariana”, talvez a melhor faixa, é uma singela música, com uma poesia romântica incrível, cheia de imagens inesperadas e belas. Já “A Bagaceira” contém elementos eletrônicos e a letra é sensacional, a ébria jornada de um folião no Carnaval. Hilária.
Há vários elementos de diversos estilos, sobretudo do rock, brega dos anos 70 e inclusive música africana, tudo com muita guitarra. Isso deixa clara a natureza do grande artista, que sempre continua a experimentar novos sons e caminhos, nunca se aquietando, em busca de novos horizontes. No ano passado, Lirinha já o fez, com o lançamento de Lira. Lirinha, inclusive, faz participação especial em Avante, recitando uns versos junto com Siba na faixa “Um Verso Preso”.

Ariana by Siba on Grooveshark
 

domingo, 9 de septiembre de 2012

Jorge Drexler - Amar la Trama (2010)

Amar la Trama

A rigor, Amar la Trama não é um álbum ao vivo, mas é como se fosse. Satisfeito com o resultado obtido por seu disco duplo anterior, Cara B (2008), gravado ao vivo, o cantautor uruguaio registrou este novo bom álbum em estúdio, em takes diretos, com toda a banda disposta em círculo - como mostra a foto reproduzida no CD - na presença de pequenas plateias que, não fossem pelas palmas ouvidas após Telón (as únicas do álbum), não teriam sua participação detectada pelo ouvinte. Drexler buscou espontaneidade, frescor e interação para Amar la Trama. A pulsação dos metais pontua faixas como Tres Mil Millons de Latidos e La Trama y el Desenlace. Metais que - como o artista vem revelando nas entrevistas promocionais agendadas pela Warner - têm forte influência de discos de artistas brasileiros como Marcelo Camelo, Kassin e Rodrigo Amarante. De fato, há ecos das orquestrações do álbum solo de Camelo (Sou, 2008), por exemplo, na forma como os metais estão dispostos em Aquiles, por su Talón Es Aquiles, balada de textura densa, dedicada por Drexler a Paulinho Moska. Assim como tem uma pitada de Brasil no molho da percussão de Las Transeúntes, faixa na qual José Miguel Carmona figura (na guitarra espanhola) como convidado. Destaque do repertório autoral, La Nieve en la Bola de Nieve é faixa bem mais climática, de tom quase jazzy. Amar la Trama, a propósito, é álbum de experimentações e climas variados. Se Una Canción me Trajo Hasta Aquí é pop vivaz e redondo, I Don't Worry About a Thing é cover arrojado (com longas passagens instrumentais) do tema de Mose Allison, cantor e pianista norte-americano de jazz e blues. Em qualquer clima, todavia, a interação entre a banda fica evidente - a exemplo do que pode ser percebido nas faixas Mundo Abisal e Toque de Queda (esta com adesão da atriz e cantora espanhola Leonor Watling). Por mais que Drexler já tenha apresentado safras de inéditas mais inspiradas, a pulsação que rege Amar la Trama valoriza este álbum dentro da discografia deste artista hábil nas conexões (ora bem sutis, ora mais explícitas) com o som do Brasil.

Una cancion me trajo hasta aqui by Jorge Drexler on Grooveshark

domingo, 2 de septiembre de 2012

Bole 2 Harlem - Vol.1 (2006)

Vol. 01

Bole is the name of the airport that links the Ethiopian capital of Addis Ababa with the rest of the world. And Harlem is the New York City neighbourhood that many Ethiopian expats and exiles have made their home ­ just one diaspora among many in an area also known as 'little Africa'.

The album Bole 2 Harlem Vol. 1 represents a bridge between these two worlds, mixing up break beats, hip hop and a club-friendly ambience with traditional Ethiopian songs and rapping in English and Amharic ­ Ethiopia's 'official' language. There's a sprinkling of other influences in the mix too. Kora, funked-up keyboards and horns, West African percussion, various Latino flavours, gospel shouts and even a spot of tabla all vie for ear space, thus reflecting the diverse street sounds of one of the most cosmopolitan places in the US.

The project was masterminded by producer-musician David Schommer, who once twiddled knobs for the likes of Donna Summer. Inspired by a visit to Ethiopia five years ago, but dissatisfied with the ropiness of much of the local hip-hop he'd heard there, he got together with rapper Maki Siraj and singer Tigist Shibabaw on his return: 'I was interested in taking traditional Ethiopian song themes and traditional sounds and mixing them with what is in Harlem right now, because Harlem is the gateway to African music in New York City.'

Bole 2 Harlem is what coalesced out of their late night jam sessions. Fans of that other New York-based Ethiopian singer Gigi will hear something familiar in Shibabaw's voice; she's Gigi's sister. Having provided backing vocals on her sibling's albums, Tigist has now stepped into the spotlight, and her urgent, charismatic vocal presence is one of the group's biggest assets. If travelling without moving is what you look for in music, this group will appeal.

'Bole 2 Harlem is about being from Ethiopia and living in Harlem, in America, around the world, explains Siraj. It's a journey, one album that takes you thousands of miles from one place to another.

Jon Lusk




Harlem 2 Bole by Bole 2 Harlem on Grooveshark

lunes, 27 de agosto de 2012

Tulipa Ruiz - Tudo Tanto (2012)

Tudo Tanto

 Entre a MPB e o indie, a cantora Tulipa Ruiz encontrou seu lugar ao sol. E essa praia em Tudo Tanto, o novo disco de Tulipa, tem direito a psicodelia tropicalista, riffs de guitarra e brincadeiras com a voz.
Filha do guitarrista, produtor e crítico musical Luiz Chagas, da Banda Isca de Polícia, Tulipa sempre esteve envolvida com a música. Mas começou a carreira de forma relativamente tardia, aos 30 anos. Ela foi uma das artistas que colocou suas músicas no hoje quase falecido MySpace e de repente se viu cheia de convites e fãs.
O disco de estreia, Efêmera, saiu em 2010 e fez a cantora famosa, levando-a a tocar inclusive fora do Brasil. É claro que toda essa exposição resultou em pressão e expectativa para o segundo álbum.
Com 11 canções que totalizam 44 minutos, Tudo Tanto é um passo adiante na carreira da cantora. Tulipa não ficou vivendo da inércia do sucesso do disco de estreia. Ela ousou, experimentou. E isso é um acerto mesmo se o resultado não for lá aquelas coisas. No caso de Tudo Tanto, o resultado é ótimo.
Fáceis
Algumas canções são "fáceis", por assim dizer, como É, mas não são exatamente canções pop. Tulipa mostra mais. Quando abusa dos agudos, como em Víbora, pode não agradar a todos - muitos se lembrarão de Tetê Espíndola nesse momento. O mesmo vale para os gritos a lá Yoko Ono de Like This. Mas o desespero que a interpretação revela na primeira e o inusitado que choca na segunda criam a personalidade única da artista.
Essa interpretação, a forma como às vezes pronuncia os erres - nos versos "E deixa ela passar por sua goela / E transbordar da boca" de "Cada Voz", por exemplo - e a maneira como explora temas cotidianos mostram uma Tulipa livre.
O repertório tem muitos destaques. Tudo Tanto é o tipo de álbum que precisa ser ouvido muitas vezes e é provável que suas favoritas mudem depois de algumas boas audições. Agora, eu citaria É, Quando Eu Achar e Dois Cafés. Vale mencionar que esta última conta com vocais e guitarra de Lulu Santos. O disco, aliás, traz outras participações, entre elas: Mauricio Takara (Chocotones), Kassin, Gustavo Ruiz (seu irmão), Luiz Chagas (seu pai) e o rapper Criolo.
A cantora, que estreia como artista plástica em exposição de gravuras, liberou o download gratuito do segundo disco em seu site oficial. Tudo porque o álbum de estreia havia vazado e Tulipa achou um absurdo que a qualidade da versão pirata fosse tão ruim.


Víbora by Tulipa Ruiz on Grooveshark

domingo, 19 de agosto de 2012

Zoufris Maracas - Prison Dorée (2012)

Prison Dorée

 Et voilà que débarque de nulle part, les Zoufris Maracas, avec un premier album dont l’écoute titille immédiatement les oreilles attentives.  Nulle part s’avère être la France, mais on sent bien, on entend bien que les influences musicales sont multiples, diverses et débridées. Si  les maracas sont des instruments de percussions bien connus s’affichant d’ailleurs sur la pochette, qu’en est-il des zoufris ?  Les zoufris, c’est le nom donné aux ouvriers algériens qui venaient travailler en France.  Souvent des hommes seuls, exilés et nostalgiques de leur terre natale. Les Zoufris Maracas, c’est d’abord Vin’s et Micho, qui depuis l’époque de leur amitié adolescente, ont partagé 1000 expériences en Afrique, en Amérique latine et dans le métro en France. Un parcours, un choix de vie assez incroyable dont leurs chansons se font l’écho, reflètent leur philosophie et leur conviction. Pour en savoir plus sur leur cheminement, une mini-biographie bien ficelée se trouve sur leur site. Oui, les Zoufris Maracas clament haut et fort ce qu’ils pensent de nos comportements occidentaux : l’épuisement aveugle des ressources naturelles (« Dis papa »), l’immigration (« Un gamin »), les aberrations de la course au profit et à la consommation( « Les cons ») et  leur vision du fameux « travailler plus, pour gagner plus » (« J’aime pas travailler ») sans oublier quelques coups d’œil sur les filles (« Bahia », « L’été »).  L’ingrédient principal, qui rend le menu toujours digeste, c’est la justesse du ton.  Les Zoufris Maracas manient les mots avec dextérité, ne se départissent jamais de leur humour, d’un certain recul, sans ironie ou amertume, mais les choses sont clairement dites. Musicalement, on alterne entre musique de rue, swing manouche, zouk ou encore afro latino.  L’écrin musical des Zoufris Maracas a une élégance particulière, comme un Mathieu Boogaerts boosté ou un Manu Chao débranché. Beaucoup plus proche de l’éloquence de Java que des gros sabots de La Rue Kétanou ou des fatiguant Les Hurlements d’Léo.


Une nuit avec toi by Zoufris Maracas on Grooveshark

Este post va dedicado a los compadres del alma.

domingo, 12 de agosto de 2012

Meschiya Lake and The Little Big Horns - Lucky Devil (2010)

Lucky Devil

Tracklist
1. I'm Alone Because I love You
2. I Ain't Got Nuthin but the Blues
3. Do For Myself
4. Slowburn
5. Backwater Blues
6. Comes Love
7. Lucky Devil
8. The Curse of an Aching Heart
9. Sweet Substitute
10. Gimme a Pigfoot
11. Joseph! Joseph!

Direto de Nova Orleans, Meschiya Lake and The Little Big Horns foi formada em 2009, com iniciativa da própria Meschiya, já rodada na cena tradicional de jazz. Tocando nas ruas de Nova Orleans, o reconhecimento foi quase imediato chegando a serem eleitos como uma das três melhores apresentações de todo o Sun Valley Jazz Festival, Idaho (2010), o que não era concedido a uma banda estreante há mais de 25 anos. Com um ar vintage, a banda explora bastante love songs do período clássico do jazz americano, passeando de Duke Ellington a Bessie Smith entre algumas faixas próprias.



Do For Myself by Meschiya Lake and the Little Big Horns on Grooveshark

domingo, 5 de agosto de 2012

Kevin Johansen + The Nada - Bi (2012)

Bi
CD1:
01 – Amor Infinito
02 – Baja a la Tierra
03 – Jogo (Subtropicalia)
04 – Tan Facil
05 – Veredas de Agua
06 – Vecino
07 – My Name is Peligro
08 – Alta, Fea y Linda
09 – Milonga que Paso
10 – Picaflor
11 – Nunca Digas Siempre
12 – Whyoh
13 – Chacarera del Deseo (Como Pega el Sol)
14 – Waiting for The Sun to Shine
15 – Buenos Aires Rio
16 – Nieva en Buenos Aires
CD2:
01 – Y Sigo (Cancion de Autoayuda Para Mi)
02 – No Digas Quizas
03 – Down In The Forest (So Many Lovers)
04 – Glass
05 – Party Girl (Love You To Death)
06 – Basta ya de Bastas (Rastars & Rockstars)
07 – Seventeen
08 – Apocalypso
09 – No Tiene Nombre
10 – Los Tics Del Jazzero ( Tics of the Jazzman)
11 – Dark Side Of Me
12 – Everybody Knows
13 – Modern Love


Kevin Johansen é filho de mãe argentina e de pai norte-americano. E não é por acaso que a capa do sexto título de sua discografia - Bi, álbum duplo e bilíngue que a Sony Music lança no Brasil neste mês de agosto de 2012 - estampa fotos dos pais do artista criado entre o Sul da Argentina e o Alaska (EUA). Em Bi, disco assinado por Johansen com seu grupo The Nada, o cantor e compositor explora sua bipolaridade musical neste primeiro álbum de estúdio desde Logo (2007). Produzido por Javier Tenenbaum e Osqui Amante, o primeiro disco, Jogo, gira em torno da música folclórica da Argentina, com ecos de sons feitos no Brasil (há música intitulada Buenos Aires Rio) e no Uruguai. É a herança musical materna de Johansen. Parceiro de Johansen em Waiting For The Sun to Shine, canção incluída entre as 29 músicas do disco duplo, Moska - artista brasileiro que vem fazendo conexões com artistas latinoamericanos de países vizinhos do Brasil - participa de Jogo na faixa Tan Facil. O segundo CD, Fogo, junta Johansen pela primeira vez ao produtor Tweety González e reflete a herança paterna do cantor. Com músicas em inglês e em espanhol, o repertório explicita a influência do pop norte-americano na música de Johansen. Daniela Mercury participa de Apocalypso, tema que versa sobre o fim do mundo. Conciliando músicas novas e antigas (compostas por Johansen ainda na Argentina, antes de se mudar para o Alaska), Fogo termina com releitura de tema do cantor e compositor inglês David Bowie, Modern Love. Lila Downs, Ruben Rada, El Arranque, Natalia Lafourcade, Lisandro Aristimuño e Santiago Vázquez integram o time de convidados do álbum duplo, lançado em junho na Argentina e nos Estados Unidos, promovido pela faixa No Digas Quizás. A orquestra argentina El Arranque, por exemplo, participa do tango Nieva en Buenos Aires e de Everybody Knows (regravação de música do compositor canadense Leonard Cohen). Buenos Aires Río by Kevin Johansen on Grooveshark

jueves, 19 de julio de 2012

Chico Buarque - Chico (2011)

Chico (2011)

O tão aguardado novo disco de Chico Buarque finalmente sai do forno para saciar (ou não) o apetite dos fãs e do público em geral que há cinco anos aguardam por esse momento. Canções como “Querido Diário” (Chico Buarque) e “Essa Pequena” (Chico Buarque), baseiam-se em temáticas que parecem varrer o cotidiano de Chico Buarque, o que sugere, ser o escopo principal do disco.

O disco é simpático, menos sisudo que alguns lançamentos anteriores, e tem tudo para agradar a maioria das pessoas que ouvirem o disco com atenção. O que talvez pode deixar o fã um pouco triste é o fato de o disco dispor de apenas trinta minutos de música, divididos em dez faixas. Por outro lado, Chico está mais acessível nesse álbum, fugindo de letras longas demais, e apostando em faixas bem definidas, compreendidas entre seus limites, apesar de, em sua maioria, beirarem uma temática relativamente pessoal, o que talvez seja a justificativa para a simplicidade do nome do novo CD.

Um dos destaques do disco é o vocal de Chico, inspirado e enquadrado em correta grandeza nas faixas, como é percebido na canção “Rubato” (Chico Buarque e Jorge Helder), segunda música do álbum, onde Chico usa de sua experiência para ditar vocalmente o ritmo mambembe da faixa.

Se algo no disco incomoda, esse algo é o abuso ao piano, o que não chega a eclipsar a beleza de faixas como “Essa Pequena” que, apesar de letra interessante e reflexiva, musicalmente a levada transita em algo que alude ao som “piano-bar”, um blues talvez, sendo que a canção merecia uma levada com um pouco mais de malemolência, o que poderia fazê-la funcionar bem melhor.

“Tipo Um Baião” (Chico Buarque) não é exatamente um baião, na verdade, se é, o é muito pouco. Contudo, independente disso, a canção brinca com um inesperado cadenciamento ao longo da faixa, além de apresentar um coro feminino elaborado no estilo retrô e guitarras perceptíveis, transformando a faixa em uma das mais diferenciadas do disco.

Algo que também chama atenção no disco são os duetos do álbum. Em “Se Eu Soubesse” Chico e a cantora Thais Gulin duelam em uma bela faixa, uma das melhores do álbum. A já conhecida “Sou Eu” (Chico Buarque e Ivan Lins) é outro ponto alto do disco, pois a parceria vocal de Chico com Wilson das Neves e o Samba que narra esse encontro, conseguem colorir e dar mais vida ao álbum. É uma pena que momentos como esse só ocorrem novamente no álbum em “Barafunda” (Chico Buarque), outra bela criação de Chico, e que emula essa vertente sonora, o que cai como uma luva para a inventiva composição.

O disco encerra com a canção “Sinhá”, samba de temática Afro, relacionada ao Brasil Imperial, que conta com João Bosco no violão e em agoniados vocais, resultando em uma brilhante canção que rapidamente eleva a música a uma importante posição dentro do cancioneiro de Chico Buarque.

Se em outros tempo, os discos de Chico brincavam com a falta de formato e com o despojamento de faixas que iam de Sambas casuais à instrumentais beirando ao caos sonoro, aqui em “Chico” tudo é muito rico, límpido e formatado, muito embora as canções sejam criativas e de grande bom gosto. A canção “Sem Você 2” é um bom exemplo de uma faixa que teria muito mais a dar se nela fossem experimentados alguns arranjos que fugissem do formato mínimo.

Talvez basicamente essa seja a grande diferença entre os álbuns antigos de Chico Buarque com os mais recentes, mas como eu disse, os tempos são outros.

Sinhá by Chico Buarque on Grooveshark

domingo, 8 de julio de 2012

Rodrigo Campos - Bahia Fantástica

Bahia Fantástica


Disco de estreia do cantor, compositor e instrumentista Rodrigo Campos, São Mateus Não É um Lugar Assim Tão Longe (2009) não recebeu a atenção merecida. Nele, o rapaz nascido em Conchas (SP) já se revelava, além de um virtuoso cavaquinista, um letrista capaz de traduzir a periferia de São Paulo. Bahia Fantástica, seu novo álbum, inspira-se no estado nordestino, onde passou dez dias. Ele deixa o cavaquinho de lado, empunha o violão e explora o trabalho. A estreia ocorreu no fim de maio, no Sesc Vila Mariana, e ficou marcada pela linda interpretação que Juçara Marçal fez de Jardim Japão. Ele conta com a companhia de Kiko Dinucci, Luísa Maita e Juçara Marçal.
Você ficou conhecido por ser um dos compositores que melhor traduz São Paulo. Aí você lança um disco inspirado na Bahia. Por quê?
Compor sempre dentro de um tema específico desgasta o artista. Eu tinha vontade de sair daquele território para ter motivação. Joguei o meu olhar para outro lugar. Foi aí que surgiu a Bahia. Passei dez dias lá. Sempre tive preconceito de quem escreve sobre coisas de que não tem conhecimento, porque soa fake. Aí me peguei nesse papel. Para resolver isso, fui questionar essa Bahia, que se tornou uma metáfora. Não é apenas geográfico, tem uma sensação.
As pessoas costumam retratar a Bahia de forma alegre. Você fez o oposto…
Eu tive uma crise existencial. Comecei a pensar no sentido das coisas e na morte. Confrontei tudo isso. Por isso, o disco fala da incompreensão do fim e sobre o medo de estar diante de algo que você não entende.
Por que trocou o cavaquinho pelo violão nesse trabalho?
Não quis tocar cavaquinho pelo estigma mesmo. Qualquer coisa que você tocar no cavaquinho vão dizer que é samba. Eu quero deixar claro que São Mateus Não É um Lugar Assim Tão Longe não é um disco só de sambas. Os dois trabalhos partem de histórias ou de algo que eu vivi. Isso é mais importante do que qualquer gênero. Mais para frente, quero voltar ao cavaquinho de maneira profunda para explorar outras sonoridades.
O rótulo de sambista te incomoda?
Eu me sinto sambista e venho do samba. Mas quando me rotulam, impedem que as pessoas possam detectar outras coisas no disco. Eu trabalho do ponto de vista de alguém que veio do samba para me apropriar de outras linguagens. Lá em São Mateus, ninguém acha que o meu primeiro disco é de sambas. Já os indies acham…
Ribeirão, Jardim Japão e Morte na Bahia são cantadas por outros intérpretes. Tem algum motivo específico?
Todo esse processo foi natural. O Criolo, por exemplo, chegou ao estúdio quando eu estava registrando a voz de Ribeirão. Acabou gravando. Eu prefiro que as pessoas cantem sozinhas para soar como um alter ego. Assim não parece que são dois personagens. As participações ajudam a dar uma dinâmica.
Os personagens das suas músicas existem ou são inventados?
São Mateus Não É um Lugar Assim Tão Longe é bem autobiográfico. Em Bahia Fantástica, me permiti inventar pessoas que eu não conhecia. Apesar disso, tudo o que a gente imagina vem de algo que a gente já viu.
Como foi a direção do Romulo Fróes?
O Romulo entrou como um “assistidor” ou um comentarista de ensaios. Os comentários dele sempre foram muito ricos. Ele sugeria arranjos e tirava de rótulos. Ele foi um conselheiro mesmo. Um monte de gente assina a produção do disco, porque foi um trabalho conjunto. Se ele fosse um instrumentista, talvez estivesse tocando também. A presença dele foi importante, mas todos tiveram o mesmo peso.

Jardim Japão by Rodrigo Campos on Grooveshark

jueves, 28 de junio de 2012

Shelly Short - Water for the day (2008)

Water for the day

For her third album Shelley Short has assembled a collection of intimate songs, referring to them as ‘a diary of a barmy time that was 2006 and 2007”. Leaving Chicago in the wake of her widely praised Captain Wildhorse (Rides The Heart Of Tomorrow), Shelley jettisoned her band and took up residence in Los Angeles with her new love and sometime collaborator Alexis Gideon. There she picked up the pieces of a half-recorded (with Jamie Carter in Chicago) album and molded the collection into a coherent whole with recording engineer Raymond Richards. “Most of the songs were influenced by strings or webs that seems to tie everything together, and every so often you can get a glimpse of them and try to see how they work, where they go, and why they cling to the things they do.” While mixing at their home in LA Short and Gideon wisely made Shelley’s voice the centerpiece throughout, lending a campfire glow to the album. Notwithstanding, Short is accompanied by veterans Rachel Blumberg (M Ward, Bright Eyes, Decemberists) on drums, Tiffany Kowalski (Bright Eyes) on violin, Gary James on bass, and Alexis Gideon offering some clever guitar work. The instrumentation—particularly on the ballads—is inventive and surprising, taking more risks than prior albums: The subtle percolating guitar notes in “Swimming” evoke water, while the polarized frequencies of bells and kick drum in “How Grand” pique the ear. The songs are personal and dreamlike; the lyrics following a stream of consciousness more than a storyline. Fittingly, the title for the record comes from a dream Shelley had before moving to LA. “I was told I was saying in my sleep, ‘Water for the day! Water for the day!”

The Getalong by Shelley Short on Grooveshark

domingo, 24 de junio de 2012

Cabruêra - Nordeste Oculto

Nordeste Oculto

Com 13 anos de estrada e 11 turnês pela Europa, a Cabruêra lança agora o Nordeste Oculto, seu quinto CD. Com direção artística do citarista-filósofo Alberto Marsicano - ex-discípulo de Ravi Shankar e introdutor da cítara no Brasil - e a participação de grandes nomes da nova geração da música brasileira, Nordeste Oculto reflete a maturidade de uma das bandas mais inventivas dos últimos anos e viaja pelas possíveis conexões entre a música nordestina e os sons que sopram do oriente.
Reunindo num só espetáculo o som da banda Cabruêra e o trabalho do fotógrafo Augusto Pessoa,Visagens Nordestinas mergulha na vasta e pouca conhecida dimensão metafísica do Nordeste brasileiro e revela um universo povoado de tradição e conhecimento. Da Umbanda ao Padre Cícero, de Antônio Conselheiro aos ciganos, dos vaqueiros aboiadores aos índios e seus mágicos rituais. Uma aventura fantástica, narrada através da música e da fotografia.


lunes, 11 de junio de 2012

Pomplamoose - Video Songs

Video Songs

Junte dois multi-instrumentistas maluquetes – um cara magrinho de óculos super empolgado e uma mocinha loira angelical e com uma voz aguda e bonitinha. Reforce a parte “maluquete” da frase anterior e você vai começar a entender o Pomplamoose, banda indie americana de…bem de tudo quanto é coisa. Saber que o nome da banda é um “inglesamento” da palavra em francês para “toranja” (grapefruit) deixa a coisa mais fácil?…..não?…..
O som deles na verdade parece uma mistura gostosa de jazz (dos mais acessíveis e não dos mais pirantes) com o melhor de uma Kate Nash ou Lilly Allen. O que chama ainda bastante a atenção da galera são as versões que a banda faz – que recheiam um de seus álbuns – cheias de criatividade fora do comum e muito bom humor. Não bastando os dois serem ótimos músicos, são ainda por cima ótimos com a edição de seus vídeos. Confiram a versão de “Beat It” do rei do pop Michel Jackson, com direito a Xilofoninho e tudo!
A banda conta já com dois álbuns de estúdio lançados, “Pomplamoose video songs” de 2009 e “Tribute to famous people” de 2010 (no qual se encontram as versões que citei, de “I Don’t wanna miss a thing” do Aerosmith a “Single Ladies” da Beyonce, incluindo o vídeo acima). Além disso, os dois integrantes, Jack Conte e Natalie Dawn Knusten, também tem trabalhos solo.
Jack Conte vale uns comentários a mais pela curiosidade de ter fornecido sua voz para o “teenage boy” em “The Sims 2”. Acha pouco? E ser autor de um vídeo tão bom, maluco e famoso quanto esse aqui?
A fofinha  Natalie Dawn Knutsen não fica atrás nos projetos e está cotada para gravar com Barry Manilow, crássico absoluto nos States.



Bust Your Knee Cpas by Pomplamoose on Grooveshark

miércoles, 6 de junio de 2012

Mastretta - Vivan los Músicos (2008)

Vivan los Musicos 
 01 Olivina
02. San Vicente do Mar
03. Barrido y Palanca
04. Luciérnagas
05. Tierra a la vista
06. El Pampino
07. Tiovivo
08. ¡Vivan los músicos!
09. Muymuy
10. Adiós muñeco
11. Valsecito


¡Vivan los Músicos!, ultimo disco de la banda liderada por Nacho Mastretta, ha sido nominado a los Premios de la Música en la categoría de mejor disco de fusión, junto a Concha Buika y Ojos de Brujo. ¡Vivan los Músicos! es mucho más que el título. Es toda una declaración de principios.


Mastretta es apreciado por sus discos y sus bandas sonoras (Looking for Fidel de Oliver Stone y Asfalto de Daniel Calparsoro entre otras muchas). Su último trabajo instrumental es una aventura colectiva en búsqueda de las fuentes de la música popular.


Para este nuevo proyecto, Nacho Mastretta se ha reunido con los músicos que colaboran habitualmente con él en directo y en el estudio de grabación desde hace 10 años, con la idea de que la experiencia musical y el placer de tocar juntos (diez músicos de cuatro países y dos generaciones) pasen a primer plano.

Las composiciones escritas para la nueva formación tratan de potenciar la personalidad de cada músico y la improvisación colectiva, de modo que a través del dialogo y la colaboración personal se transcienda la partitura en aras de la sorpresa y la emoción, que alcanza en directo su máxima expresión.

Música rabiosamente viva, que crea paisajes nuevos que fluyen de la mañana al crepúsculo mientras se celebra y se bebe y se baila y se ama. Música llena de especias, de olas, de brisa y de galopes. Estimula este sonido todos los sentidos, de manera que es necesaria no el oído, sino la imaginación, para entrar plenamente en él, para dejarse llevar y permitir que sus piezas musicales actúen dentro de nosotros con la precisión de un reloj que no marca horas, sino emociones. La amistad que une a los músicos es el secreto que convierte cada concierto en una fiesta.

El combate entre sus personalidades se completa con una predisposición encomiable a saltarse las convenciones y las etiquetas dotando a su discurso musical de una desarmante elegancia repleta de desaliño y empatía, tanto entre ellos como con el publico” Arturo García - Diario Vasco


¡Vivan Los Musicos! by Mastretta on Grooveshark