viernes, 19 de febrero de 2010

Instituto - Coleção Nacional [2002]

Coleção Nacional 

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Esse disco é uma porrada no peito de qualquer um. O selo Instituto, encabeçado pelo trio de multi-instrumentistas produtores Rica Amabis, Tejo Damasceno e Daniel Ganjaman, inaugura aqui sua trajetória como coletivo musical, trazendo amigos de todos os cantos das novas cenas musicais brasileiras para construir um álbum multifacetado que viaja tranquilamente pela multiplicidade, unindo as mais diversas ciências sonoras.
O disco percorre várias trilhas, desde a faixa de abertura, que soa de fato como uma apresentação do projeto, lançado somente no beat box por ninguém menos que Fernandinho Beat Box, numa soma fabulosa de samba e hip-hop. Daí pra frente vem de tudo: o eterno mano Sabotage lança mão em duas faixas de sua veia sambista, em soma ao rap de ponta. Assim como Rappin' Hood e BNegão, que trazem suas rimas acompanhadas por beats pra lá de híbridos, repletos de multiplicidade sonora. E não poderia faltar Z'África Brasil, num rap pesado e sério que vem como um soco no estômago.
A cena mangue também vem com tudo, descendo ladeira em grooves desenfreados, como em "Na Ladeira", encabeçada por Roger Man (ou Rogério Homem), em instrumentais psicodélicos e transcendentais, de Los Sebosos Postizos (projeto paralelo de membros da Nação Zumbi que figura na faixa "Solaris") ou do encontro de músicos paulistas e pernambucanos ("Verdin 2"), ou ainda na extrema autenticidade de um som próprio, como Fred Zeroquatro na penúltima faixa, que traz seu cavaco e sua voz peculiar numa letra ácida em comunhão com beats de Rica Amabis e o baixo de Quincas Moreira.
As experiências variadas somando instrumentos e beats que marcaram a cara do Instituto vem com faces diversas: a faixa "Kianca", feita só em FX e beats, do produtor gaúcho Flu; o "Dub do Galo", experiência de Quincas Moreira com seu filho, o então bebê Lucas Moreira; "#1", o instrumental de alta positividade construído pelos irmãos Daniel Ganja Man e Maurício Takara (Hurtmold). Até Kid Koala aparece, na faixa cujo título já explica sua proposta, "Juntando Coco" em remixes com direito a efeitos dub e outros barulhinhos.
A faixa final fica por conta dos Traidores da Babilônia, descendo o sarrafo em quase dez minutos de dub, concluindo a trajetória do disco, que fica na sensação como um intenso caldeirão de experimentações, somas sonoras, além de abrir caminho para outras possibilidades. A intensidade do disco fica principalmente por conta de algumas participações, que dão tons impressionantes a algumas faixas que se destacam por seus resultados de difícil explicação, sempre soando bem aos ouvidos (Linha de Frente).

1. Fernandinho Beat Box - Beatboxsamba
2. Instituto e Sabotage - Cabeça de Nêgo
3. Instituto e Rappin' Hood - Dia de Desfile
4. Rica Amabis e Bonsucesso Samba Clube - Na Ladeira
5. Tejo, BNegão e Otto - O Dia Seguinte
6a. Rica Amabis e Los Sebosos Postizos - Solaris
6b. Daniel Bozio - Só Mais Um Samba
7. Instituto e Sabotage - Dama Tereza
8. Instituto e Z'África Brasil - Tabocas
9a. Dengue, Pupillo e Ganja Man - Verdin 2
9b. Lucas Moreira - Dub do Galo
10. Daniel Ganja Man e Maurício Takara - #1
11. Flu - Kianca
12. Cila do Coco - participação de Kid Koala - Juntando Coco
13. Rica Amabis e Fred Zeroquatro - Só Vou Deixar Os Ossos
14. Traidores da Babilônia - Traidores da Babilônia (Traidores Dub)


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